COMPROMISSOS NO MERCADO
A SAE enfrenta altos gastos no mercado de curto prazo por não entregar toda a energia contratada e pode correr o risco de ser desligada da Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE) se não arcar com as responsabilidades no mercado. O desligamento implica em deixar de ser agente capaz de comercializar energia.
A próxima liquidação de operações do mercado de curto prazo ocorre em 8 de setembro, referente às operações feita em julho.
A Santo Antônio Energia disse ter informado ao CCSA que "encontra-se na iminência de não dispor de recursos para honrar pagamentos das medições do mês de julho/14 e medições seguintes, até que a sua situação de fluxo de caixa seja normalizada".
Já Furnas informou que comunicou formalmente à Santo Antonio Energia que irá realizar o aporte referente à sua participação na sociedade para liquidação dos compromissos da SAE junto à CCEE na data requerida, em 8 de setembro.
A SAE ainda briga na Justiça contra valores que lhes são cobrados por atraso na entrega de energia da usina.
A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) cobra que a usina gere o equivalente a 99,5 por cento do tempo, enquanto a Santo Antônio Energia defende que esse fator de disponibilidade só pode ser aplicado quando a usina estiver com todas as 50 turbinas em operação comercial. Atualmente, 31 turbinas estão operando comercialmente.
A empresa considera que a exigência não pode ser aplicada durante o período de motorização que, devido á quantidade limitada de máquinas, não tem condição de atingir o índice. Para a SAE, ela poderá ter que arcar com cerca de 2,3 bilhões de reais entre 2015 e 2021, caso seja aplicada a exigência do fator de disponibilidade da usina.
(Por Anna Flávia Rochas; Reportagem adicional de Leonardo Goy)