SÃO PAULO - Em resposta ao rebaixamento da nota de crédito do Brasil pela Standard & Poor's, o Banco Central divulgou uma nota na qual afirma que o país continuará respondendo de forma robusta aos desafios no cenário internacional.
Segundo o BC, a resposta do país 'combina austeridade na condução da política macroeconômica, flexibilidade cambial e utilização dos colchões de proteção acumulados ao longo do tempo'.
A presidente Dilma Rousseff, no entanto, não parece ter recebido a notícia de forma tão otimista. Dilma não escondeu a irritação ao saber que a agência S&P rebaixou a nota do Brasil em um nível. Dilma soube da decisão quando ainda estava reunida com banqueiros, no Palácio do Planalto. Pega de surpresa, ela orientou o ministro da Fazenda, Guido Mantega, a preparar uma nota dura para se contrapor aos argumentos da agência.
O rebaixamento era algo "precificado" no governo e, salvo uma improvável mudança de rumo nas contas públicas neste ano, prenuncia um novo downgrade para 2015.
Veja a nota na íntegra:
"Independentemente da avaliação da agência de rating Standard & Poors, que reclassificou o risco do País, o Brasil tem respondido e continuará respondendo de forma clássica e robusta aos desafios que se colocam no novo quadro internacional.
Essa resposta combina austeridade na condução da política macroeconômica, flexibilidade cambial e utilização dos colchões de proteção acumulados ao longo do tempo (reservas de liquidez) para suavizar os movimentos nos preços dos ativos. Com isso, o Brasil encontra-se bem posicionado nesta nova fase de normalização das condições financeiras globais e tem plena capacidade de atravessá-la com segurança.
Com efeito, o País vem recebendo fluxos de capitais nos últimos meses que refletem em grande parte as políticas em curso. A qualidade das políticas em vigor deve manter o País bem preparado para o novo cenário internacional que se desenha."