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Petrobrás precisa de US$ 5,3 bi para concluir Comperj

Informação foi apresentada ao Congresso pela estatal, segundo o deputado Otávio Leite (PSDB-RJ)

Por Fernanda Nunes
Atualização:

RIO - A Petrobrás vai precisar de US$ 5,3 bilhões para concluir o Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro (Comperj), refinaria em construção na região metropolitana do Rio, uma das obras mais caras da estatal. Segundo o deputado federal Otávio Leite (PSDB-RJ) a informação foi apresentada à Câmara dos Deputados pela empresa.

Do que falta investir, US$ 2,5 bilhões seriam para a conclusão da refinaria. Outros US$ 2,8 bilhões são necessários para instalar a planta de gás e rede de dutos por onde serão transportados gás natural e petróleo.

Construção do Comperj se arrasta desde 2008 Foto: Agência Petrobrás

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Segundo Leite, a Petrobrás informou que ainda busca parceiros para se associarem ao Comperj. Os detalhes da negociação com possíveis sócios não foram informados pela petroleira, que argumentou que esses são dados estratégicos. “A dificuldade da Petrobrás será achar um parceiro que a aceite como única fornecedora do petróleo que será processado na refinaria. Nessas condições, o preço do óleo será fechado, não há concorrência”, afirmou o deputado.

A construção do Comperj se arrasta desde 2008, quando Paulo Roberto Costa, um dos primeiros acusados a fazerem acordo de delação premiada nas investigações da Operação Lava Jato, ainda estava à frente do projeto, como diretor de abastecimento da Petrobrás.

O plano era construir duas refinarias, uma delas voltada para a produção de produtos petroquímicos, que servem de insumos para a cadeia de produção de plásticos, além de uma planta de processamento de gás natural. De lá para cá, os custos de construção explodiram, alguns dos contratos com empreiteiras da obra foram citados na Lava Jato e o crescimento da produção de gás de folhelho (shale gas) nos EUA mudou o mercado mundial da petroquímica, devolvendo competitividade à indústria americana.

A crise financeira da Petrobrás foi a gota d’água, e a estatal abandonou o projeto original da refinaria petroquímica, reduzindo o desenho do Comperj a uma unidade produtora de combustíveis a partir do petróleo que será extraído do pré-sal.

Aos deputados, a petroleira informou que 86% da refinaria e 36% da planta de gás já foram concluídos, o que custou até agora US$ 14 bilhões (R$ 47,8 bilhões). “Pressionei muito a Petrobrás para saber o andamento do projeto e se as obras serão concluídas, mas a empresa pediu compreensão por não responder, porque o processo de negociação com possíveis sócios está em andamento”, disse Leite.

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Além da retomada das obras do Comperj, o deputado tucano disse que tem como prioridade, na Câmara, a aprovação com urgência do projeto de lei do senador José Serra (PSDB-SP) que acaba com a obrigatoriedade da Petrobrás de participar em, pelo menos, 30% dos consórcios de exploração do pré-sal. A intenção é votar o projeto na semana que vem.

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