PUBLICIDADE

Principais estatais perderam 55% do valor de mercado durante o governo Dilma

Banco do Brasil, Eletrobrás e Petrobrás acumularam perda de R$ 273,5 bilhões em pouco mais de cinco anos, aponta levantamento da Economatica

Por Guilherme Mazieiro e Murilo Cunha
Atualização:

As três principais empresas estatais brasileiras de capital aberto – Petrobrás, Eletrobrás e Banco do Brasil – acumularam perda de R$ 273,5 bilhões no valor de mercado durante o governo Dilma Rousseff (PT). A quantia representa uma queda de 55,11% em relação ao início da gestão da petista, em 2011, de acordo com estudo da consultoria Economatica.

Com um recuo de R$ 14 bilhões em pouco mais de cinco anos, a Eletrobrás representa o primeiro grande desafio para a equipe econômica de Michel Temer, que assumiu como presidente interino nesta quinta-feira. A empresa corre o risco de ser excluída da Bolsa de Nova York, caso não consiga apresentar o formulário com o balanço de 2014, que está pendente, até a próxima quarta-feira.

A Petrobrás, principal estatal brasileira, apresentou queda de quase 60% durante a gestão Dilma, com uma desvalorização de R$ 226,7 bilhões Foto:  

PUBLICIDADE

O documento deveria ter sido entregue à Security and Exchange Comission (SEC), órgão que regula o mercado de capitais nos Estados Unidos, em abril de 2015. Segundo a empresa, o prazo não foi respeitado porque a estatal havia iniciado um processo de contratação de empresa especializada para apurar possíveis irregularidades que teriam violado as legislações americana e brasileira.

Além dos problemas com a bolsa americana, a estatal registrou prejuízo líquido de R$ 3,9 bilhões no primeiro trimestre deste ano, revertendo o lucro de R$ 1,2 bilhão no mesmo período de 2015.

Já a Petrobrás, principal estatal brasileira, apresentou queda de quase 60% durante a gestão Dilma. O valor de mercado da empresa caiu de R$ 380,2 bilhões, em 31 de dezembro de 2010, para R$ 153,5 bilhões, em 11 de maio de 2016 – o que significa uma desvalorização de R$ 226,7 bilhões. A estatal fechou o primeiro trimestre deste ano com perdas de R$ 1,2 bilhão, o terceiro prejuízo trimestral consecutivo.

A empresa é um dos focos das investigações de fraudes e corrupção da Operação Lava Jato. A força-tarefa do Ministério Público conseguiu identificar ao menos R$ 6 bilhões de desvios e outros R$ 95 bilhões em baixa contábil referentes a falhas de viabilidade econômica dos projetos.

Essa queda de valor é visível na cotação das ações da empresa na Bovespa. O maior valor negociado, R$ 40,29, foi registrado em 29 de maio de 2008. Em 10 de maio deste ano, o valor era de R$ 10,20.

Publicidade

Banco do Brasil. Já o Banco do Brasil divulgou nesta quinta-feira o balanço referente ao primeiro trimestre de 2016, anunciando um lucro líquido ajustado de R$ 1,3 bilhão - 47,45% abaixo das estimativas de analistas e 57,5% menor que o ganho de um ano antes. De acordo com o relatório publicado, o resultado foi influenciado por provisões relacionadas ao setor de óleo e gás.

O banco era o principal credor da Sete Brasil, empresa criada em 2010 para gerir a construção e aluguel de sondas de perfuração para a Petrobrás, que entrou com pedido de recuperação judicial no mês passado. A empresa sofreu os impactos da Operação Lava Jato e da crise na Petrobrás, e tem uma dívida de R$ 19,3 bilhões junto a bancos, fornecedores e estaleiros.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.