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Produção de frango deve cair 10% com alta do milho e soja

Ração está mais cara com a alta dos insumos e prejudica principalmente o pequeno produtor

Por Tassia Kastner e da Agência Estado
Atualização:

ESTEIO - A União Brasileira de Avicultura (Ubabef) projeta queda de 10% na produção de carne de frango este ano por causa da alta dos preços do milho e do farelo de soja, principais ingredientes da ração. "Pequenas empresas estão sem crédito bancário para competir com importador (de milho), que paga à vista e em dólar", disse Francisco Turra, presidente da entidade. O diretor de mercados da Ubabef, Ricardo Santin, disse que algumas empresas estão cortando até 50% da produção. "Não se sabe até onde vai. Se seguir até dezembro, não conseguiremos dimensionar o impacto no setor", disse Santin. Os representantes da Ubabef estiveram hoje com o ministro da Agricultura, Mendes Ribeiro Filho, na 35ª Exposição Internacional de Animais, Máquinas, Implementos e Produtos Agropecuários (Expointer), para reiterar pedido de apoio ao setor.

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A entidade estima que a demanda do setor por ração é de 37 milhões de toneladas/ano e que os preços do milho subiram 44% e do farelo de soja, 90% no período de janeiro a julho. Mesmo com o avanço nas exportações até agosto de 2,7% em volume, alcançando 2,299 milhões de toneladas de carne, a receita recuou de 6,1%. Para Santin, o mercado não consegue absorver a alta nos preços, mas a menor oferta de carne deverá sustentar uma recomposição dos preços em 2013.

Para tentar manter a cadeia da avicultura, que já perdeu 5,2 mil empregos no ano e tem pelo menos três empresas em recuperação judicial (Diplomata, Rigor e Adoro), a Ubabef pede oferta de crédito de custeio e capital de giro para as agroindústrias, criação de um fundo que torne viável crédito imediato, prorrogação do Refis por um ano, prorrogação de empréstimos de investimentos e custeio dos avicultores, antecipação da desoneração da folha de pagamento do setor e inclusão dos cortes industrializados e aves inteiras entre os produtos beneficiados pelo Reintegra. Turra defendeu que o Ministério da Agricultura tenha mais autonomia para liberar rapidamente recursos ao agronegócio. 

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