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Produção industrial do Brasil cai 1,4% em junho; acumula retração de 3,4% em 4 meses

As constantes quedas de produção têm provocado cortes de empregos e, em junho, custaram cerca de 28,5 mil empregos

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Por Redação
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Entre os ramos de atividade, o IBGE destacou que 18 dos 24 pesquisados apresentaram perda em junho, sendo uma das principais influências negativas veículos automotores Foto: Paul Sancya/AP

A produção industrial brasileira recuou 1,4 por cento em junho, marcando o quarto mês seguido de queda na pior série de perdas desde 2010, porém num resultado melhor do que o esperado.

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Na comparação com o mesmo mês do ano anterior, a produção industrial caiu 6,9 por cento em junho, também quarta taxa negativa seguida, informou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta sexta-feira.

"A magnitude da queda tem relação direta com menos dias de trabalho por conta da Copa (do Mundo) e com redução da jornada de trabalho e férias dadas nas montadoras", afirmou o economista do IBGE André Macedo.

Pesquisa da Reuters com economistas mostrou que as medianas apontavam queda da atividade de 2,25 por cento na base mensal e de 7,65 por cento sobre um ano antes.

No quatro meses até junho, a queda acumulada da produção foi de 3,4 por cento, segundo o IBGE. A última vez que a produção caiu por quatro meses seguidos foi entre maio e agosto de 2010, quando recuou 1,9 por cento ao todo.

A produção mostrou fraqueza generalizada entre os segmentos de produção, fechando o segundo trimestre com retração de 5,4 por cento sobre igual período de 2013.

O IBGE informou ainda que a categoria Bens de Capital, medida de investimento, registrou recuo de 9,7 por cento em junho sobre maio e de 21,1 por cento na comparação com um ano antes.

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Os Bens de Consumo Duráveis tiveram o pior resultado mensal desde o início da série histórica, com queda de 24,9 por cento em junho, recuando 34,3 por cento sobre junho de 2013.

Entre os ramos de atividade, o IBGE destacou que 18 dos 24 pesquisados apresentaram perda em junho, sendo as principais influências negativas veículos automotores, reboques e carrocerias (-12,1 por cento) e equipamentos de informática, produtos eletrônicos e ópticos (-29,6 por cento).

"A Copa potencializou o movimento de queda da indústria, que continua sendo afetada por nível de estoque alto, baixo nível de confiança do empresário, menor demanda doméstica e crédito mais restrito", afirmou Macedo.

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A indústria não tem conseguido se desvencilhar do baixo de nível de confiança, que em julho chegou ao menor patamar desde abril de 2009. As constantes quedas de produção também têm provocado cortes de empregos e, somente em junho, custaram cerca de 28,5 mil empregos, segundo dados do Ministério do Trabalho. {nE5N0OT013] Economistas veem contração de 1,15 por cento da indústria neste ano, segundo pesquisa Focus do Banco Central. Para o Produto Interno Bruto (PIB), a expectativa é de expansão de apenas 0,9 por cento, muito aquém dos 2,5 por cento vistos em 2013.

(Por Rodrigo Viga Gaier e Camila Moreira; Reportagem adicional de Felipe Pontes, no Rio de Janeiro)

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