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Projeto argentino é inviável à Vale, diz Goldman Sachs

Segundo analista, custo para levar o projeto adiante seria de US$ 11 bilhões

Por Monica Ciarelli (Broadcast) e da Agência Estado
Atualização:

O analista Marcelo Aguiar, do banco Goldman Sachs, considera difícil a Vale encontrar um interessado em comprar o projeto Rio Colorado, suspenso esta semana. "Levando em consideração o forte aumento de capex (investimento), o projeto fica inviável pra qualquer operador, com exceção do governo argentino", afirmou.

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Orçado inicialmente em US$ 5,9 bilhões, Aguiar calcula que o custo atual para a Vale levar adiante o investimento seria de US$ 11 bilhões. Uma cifra considerada muito elevada para o potencial de retorno que o projeto traria. Até o momento, a mineradora já desembolsou US$ 2,2 bilhões no empreendimento.

Para Aguiar, perder esses recursos é melhor do que investir mais de US$ 8 bilhões no ativo. "Prejuízo a Vale já vai ter. O que a companhia quer hoje é mitigar esse prejuízo", explicou. Por isso, o analista considera correta a decisão da Vale de suspender o investimento no Rio Colorado.No mercado, a expectativa é de que a Vale seja ressarcida caso a Argentina realmente faça uma expropriação do ativo de potássio. O argumento é que o então presidente da Venezuela, Hugo Chávez, aceitou compensar o grupo argentino Techint pela nacionalização em abril de 2008 da siderúrgica Sidor. Agora, a situação com a Vale coloca os argentinos na outra ponta. Nesta quarta-feira, o governo local elevou o tom nas discussões com a mineradora e chegou a ameaçar retomar a concessão do empreendimento. Apesar das ameaças, o analista considera que a Vale tomou uma decisão correta ao suspender o projeto.Desde abril de 2012, o projeto está em revisão. Na época, o então presidente da Vale, Murilo Ferreira, admitiu ter preocupações com inflação, impostos, infraestrutura e política cambial do país vizinho.

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