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Recuperação judicial da Oi exige força-tarefa

Mais de 100 profissionais dos administradores judiciais – PwC e oescritório Arnoldo Wald – trabalham no caso

Por Mariana Sallowicz
Atualização:

RIO - A recuperação judicial da operadora de telefonia Oi vai exigir forte mobilização dos envolvidos no processo. Os administradores judiciais – a PwC e o escritório Arnoldo Wald – já organizaram um espaço conjunto de trabalho onde atuarão mais de 100 profissionais para darem conta do maior caso de recuperação judicial do País. São cerca de R$ 65 bilhões em dívidas e 68 mil credores individuais.

As empresas foram nomeadas pela 7.ª Vara Empresarial do Rio para atuarem no processo da Oi, que recorreu à proteção contra credores em 20 de junho. A mobilização dos administradores tem como objetivo “garantir a segurança das informações e a rapidez que o processo exige”, dizem em documento apresentado à Justiça.

Processo é de cerca de R$ 65 bilhões em dívidas e envolve 68 mil credores individuais Foto: Werther Santana/Estadão

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Após a nomeação, os administradores foram procurados e se encontraram com diversos interessados no processo, de credores a acionistas. No documento, informam que se reuniram com a administração da Oi presencialmente e foram feitas diversas ligações. As empresas solicitaram informações financeiras, mas nem todas já foram entregues.

Um ponto que ligou o alerta dos administradores é o grande volume de ações judiciais. “Foram realizadas diversas reuniões em São Paulo, inclusive com alguns advogados que representam milhares de autores de ações judiciais em curso contra as recuperandas no Rio Grande do Sul e em Santa Catarina”, diz o relatório.

Esses processos são relacionados ao programa de expansão da telefonia fixa que gerou milhares de demandas contra a empresa CRT, sucedida pela Brasil Telecom e posteriormente pelo grupo Oi.

Além de manter contanto com as recuperandas, os administradores também receberam os dois acionistas que protagonizam uma disputa pelo poder na companhia. A briga ocorre entre a Pharol (antiga Portugal Telecom, maior acionista individual da Oi) e o minoritário Société Mondiale, fundo ligado a Nelson Tanure.

Os escritórios de advocacia que representam diversos bondholders e o agente fiduciário BNY Mellon também mantêm contato com os administradores, assim como outros credores.

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Foi desenvolvido o site www.recuperacaojudicialoi.com.br para que os interessados possam acessar informações sobre a recuperação judicial da companhia.

Governo. Ontem, o alto escalão da Oi foi à Brasília para um encontro com o ministro da Ciência, Tecnologia, Inovação e Comunicações (MCTIC), Gilberto Kassab. A situação da empresa é acompanhada com atenção. O chefe da pasta defendeu que o mercado de telecomunicações precisa de, no mínimo, três grandes grupos – atualmente são quatro (Oi, Telefônica/Vivo, América Móvil e TIM).