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Renuka negocia venda de 25% de sua operação no Brasil

Por Eduardo Magossi
Atualização:

A gigante indiana do setor sucroalcooleiro Shree Renuka Sugars poderá vender até 25% de sua holding brasileira para manter seu cronograma de investimentos no País, segundo fontes próximas à empresa. Nos últimos dois anos, com duas aquisições, a Shree Renuka galgou a sétima posição do ranking das principais produtoras de cana do Brasil. O grupo indiano adquiriu as duas usinas da Vale do Ivaí, localizadas no Paraná, com capacidade conjunta de moagem de 3,1 milhões de toneladas de cana, e 50,34% do Grupo Equipav, que tem capacidade de processamento de 10,5 milhões de toneladas em duas usinas. Depois da aquisição, o Grupo Equipav mudou de nome para Renuka do Brasil. Para administrar a Vale do Ivaí e a Renuka do Brasil, foi criada uma holding. Segundo a fonte, a indiana poderá vender até 25% da holding para um fundo de private equity e, assim, obter os recursos que necessita neste momento e ainda manter o controle das operações das usinas brasileiras. Fundos soberanos da Ásia, do Oriente Médio e do Canadá estariam entre os interessados em adquirir a fatia da holding. Porém, essa operação de venda de participação estaria vinculada ao fechamento de um novo negócio da holding brasileira. Essa operação seria a aquisição do grupo Clealco, avaliado em R$ 2,2 bilhões, que possui duas usinas localizadas em cidades próximas às usinas da Equipav no interior paulista, criando sinergia com as atuais unidades. As duas usinas da Clealco têm capacidade de moagem de 9 milhões de toneladas, o que elevaria o processamento de cana da Shree Renuka no Brasil dos atuais 13,6 milhões de toneladas para 22,6 milhões de toneladas. O Grupo Clealco, porém, não confirma que haja negociações em andamento.A decisão da venda da fatia da holding brasileira para um fundo que injetasse capital na indiana também depende das condições de mercado. Segundo outra fonte, outras duas opções também estão sendo consideradas. Uma delas é a emissão de mais ações da Shree Renuka na Bolsa de Mumbai, na Índia, que estaria encontrando resistência do presidente da indiana, Narendra Murkumbi, pois ele teria sua participação reduzida.A outra opção em discussão interna é uma parceria com o grupo asiático de agribusiness Olam International. As duas empresas juntariam forças para realizar aquisições no Brasil. Procurada, a holding da Renuka no Brasil preferiu não se pronunciar sobre o assunto.

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