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Sam Zell une operações de armazenagem com o Pátria

GuardeAqui, controlado pelo fundo do bilionário americano, e Kipit, do Pátria Investimentos, anunciam fusão

Por Monica Scaramuzzo
Atualização:

O Pátria Investimentos vai fundir as operações da Kipit, empresa de galpões que alugam boxes para armazenar produtos (conhecidos como “self storage”), com o GuardeAqui, controlado pela gestora Equity International, do megainvestidor americano Sam Zell. A união das duas operações vai criar a maior companhia de “self storage” do País, que responderá por 10% desse mercado.

Setor tem potencial para expandir, diz Paiotti Foto: Iara Morselli/Estadão

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O valor da operação não foi divulgado pelas duas gestoras de investimentos. Com a fusão dos negócios, a nova companhia passará a deter 19 unidades de armazenagem, que somam 10 mil boxes e 110 mil m² de área locável. Nessa combinação de ativos, o GuardeAqui entra com as 15 unidades de armazenagem em operação no País e a Kipit com suas quatro (duas já em operação e outras duas em desenvolvimento). Os dois fundos farão aporte na nova companhia, que manterá o nome GuardeAqui. A participação de cada acionista controlador (Pátria e Equity International) também não foi divulgada.

Segundo Allan Paiotti, presidente do GuardeAqui, a fusão das duas empresas vai permitir que a nova companhia promova expansão acelerada no mercado brasileiro. A meta é que, nos próximos três anos, o GuardeAqui atinja cerca de 50 unidades e lidere o movimento de consolidação desse segmento.

A expectativa é que a companhia atinja um valor de mercado de R$ 1 bilhão e possa fazer uma oferta pública de ações (IPO, na sigla em inglês) ou atrair um futuro investidor de peso para continuar sua consolidação.

A ampliação do GuardeAqui nos próximos anos, de acordo com Paiotti, se dará basicamente de duas formas: por meio de aquisições e crescimento orgânico. “Vamos manter a estratégia de aquisição de imóveis para expandir nosso negócio”, disse o executivo.

Em junho de 2015, a companhia de Sam Zell adquiriu a Cangubox, dando início ao movimento de consolidação nesse setor, que agora ganha mais robustez com a união dos ativos do Pátria.

Pulverizado e relativamente novo, esse mercado de armazenagem de produtos no Brasil tem apenas cerca de 200 unidades em operação, que somam uma área locável entre 330 mil m² e 350 mil m², das quais 60% instaladas no Estado de São Paulo.

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Os galpões de armazenagem de produtos das duas companhias que anunciaram a fusão estão concentrados na capital paulista, na Grande São Paulo (Barueri e Guarulhos), em Santos, em Jundiaí, em Campinas, em Ribeirão Preto, em Belo Horizonte e no Rio de Janeiro.

Ao Estado, Fauze Antun, sócio do Pátria Investimentos, afirmou que essa transação é estratégica para o fundo de investimento, que entrou no negócio por apostar na capacidade de expansão rápida do setor. “É um segmento que está começando a despontar agora no Brasil”, disse. Nos Estados Unidos, por exemplo, esse setor está consolidado há pelo menos 40 anos e tem uma área locável disponível de 200 milhões de m², com 55 mil unidades espalhadas pelo país.

Crise. Segundo Paiotti, a crise econômica pela qual o Brasil passa não afeta os planos de expansão desse segmento. “Há empresas que tiveram de fechar as portas (por causa da recessão) e que passaram a alugar galpões para armazenar seus produtos”, afirma.

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De acordo com o executivo, um dos maiores desafios do segmento no mercado americano foi durante a crise financeira global de 2008. “Aquele período foi uma grande prova de fogo para esse setor, que não foi afetado pela turbulência global financeira.”

Em entrevista ao Estado no ano passado, Paiotti tinha afirmado que o GuardeAqui estava disposto a investir cerca de R$ 200 milhões por ano para promover a expansão. O fundo Equity International, de Sam Zell, maior investidor do mercado imobiliário do mundo, está fazendo apostas em mercados emergentes. Em agosto do ano passado, anunciou aporte de R$ 400 milhões para se tornar um dos maiores acionistas da rede de estacionamento Estapar.