O segmento de shopping centers não deve desacelerar na comparação com o crescimento visto no ano passado em decorrência das medidas macroprudenciais adotadas pelo governo desde o final de 2010, segundo previsão da Associação Brasileira de Lojistas de Shopping (Alshop).
"O consumidor está correspondendo à expectativa do próprio varejo... Não existe preocupação quanto ao crédito", disse a jornalistas o presidente da Alshop, Nabil Sahyoun, em evento do setor nesta terça-feira, 23.
Na sexta-feira, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, afirmou que o varejo doméstico começou a dar sinais de desaceleração em abril e maio.
Segundo Sahyoun, não houve redução de pedidos das empresas junto a fornecedores e "o setor continua investindo e contratando".
"Pode haver desaceleração (das vendas) dos produtos com maior valor agregado... Mas esperamos manter o ritmo de crescimento", afirmou.
A Alshop prevê um aumento de 9% a 10% nas vendas dos shoppings centers em junho, pela comemoração do Dia dos Namorados, terceira melhor data para o varejo.
Para o fechado de 2011, a projeção é de expansão entre 9% e 11% no faturamento do setor, ante incremento de 10% no ano passado.
Sahyoun também mencionou o aumento do número de empresas ligadas ao consumo com ações negociadas em bolsa.
Recentemente, a varejista Magazine Luiza e a companhia de calçados Arezzo realizaram ofertas públicas iniciais de ações (IPOs, em inglês) na Bovespa, levantando R$ 925,8 milhões e R$ 565,8 milhões, respectivamente.
"Desde 2007, a abertura de capital de grandes grupos de varejo movimentou cerca de R$ 6 bilhões", disse ele, acrescentando que o movimento, aliado ao forte ritmo de construção de novos shoppings, vem impulsionando o desempenho das redes varejistas.
Conforme dados da Alshop, hoje existem 124 shoppings em construção e outros 90 projetos em análise. Segundo Sahyoun, no ano passado foram inaugurados 35 empreendimentos no país, nível que deve se manter em entre 35 e 40 novos shoppings por ano.
(Por Vivian Pereira)