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Uma multinacional sem estrangeiros

Celma, unidade da GE de Petrópolis, não tem nenhum funcionário estrangeiro

Por Marina Gazzoni
Atualização:

A GE Celma quase não parece a subsidiária de uma multinacional que produz locomotivas, equipamentos médicos e energia elétrica. Não há nenhum estrangeiro entre os cerca de 1.500 funcionários do local. A maioria deles é natural de Petrópolis e muitos trabalham lá antes mesmo de a companhia ser adquirida pela General Eletric. 

Natalia Cabral era vendedora de loja, mas mudou de profissão depois que fez curso de mecânica para aeronáutica no Senai Foto:

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A mecânica Natalia Cabral era vendedora de loja quando entrou numa fila de emprego da empresa. Ela estava lá, no meio de cerca de 800 pessoas que queriam uma vaga para fazer curso de mecânico de aeronáutica no Senai, patrocinado pela GE Celma e com promessa de emprego depois da conclusão do curso. A colega Renata Inácio era frentista de posto de gasolina antes de ser a primeira soldadora mulher da empresa – hoje ela é operadora de estruturas compostas. “Conheci meu marido na fábrica”, disse.

Renata não é a única a trabalhar com alguém da família. O funcionário mais antigo da fábrica, Luiz Hutter, que trabalha na empresa há 46 de seus 61 anos, é o segundo de três gerações da mesma família que passaram pela empresa. Seu pai trabalhou na companhia quando ela era ainda uma fábrica de ventiladores. Ele entrou sob a gestão estatal e seus dois filhos engenheiros já começaram a trabalhar na empresa como multinacional. 

Omecânico e inspetor de acessórios, Luiz Hutter, tem 61 anos de idade e trabalha na GE Celma há 46 anos. Seu pai e seus filhos também trabalharam na fábrica Foto:

“Mudou muito. No governo militar levávamos 200 dias para revisar uma turbina. Hoje há muita pressão para fazer tudo rápido”, conta Hutter. Ele também viu a empresa mudar de negócio várias vezes – de revisão de motores a pistão até a turbina mais moderna do grupo hoje, que move aviões como o Boeing 787-Dreamliner. No início dos anos 2000, após sofrer uma crise que levou a empresa a demitir 1.350 dos 1.850 funcionários da época, converteu o negócio apenas para a revisão de motores GE e cresceu desde então. Apesar de todas as mudanças, para os funcionários, a empresa ainda é a “Celma”. 

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