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Uso da capacidade do setor automotivo cai para 48% em 2015, mesmo nível de 2002

Dos 5,5 milhões de automóveis que as montadoras podem fabricar no Brasil, apenas cerca de 2,5 milhões estão na linha de produção

Por André Ítalo Rocha
Atualização:

Uso da capacidade de produção automotiva deste ano está 30% menor que no ano passado Foto: Robson Fernandjes/Estadão

SÃO PAULO - O nível de utilização da capacidade do setor automotivo caiu para 48% em 2015 e voltou ao mesmo nível de 2002, afirmou o presidente da Volkswagen no Brasil, David Powels. Ele fez uma apresentação sobre a atual situação do setor no congresso AutoData, em São Paulo."Em 1996, tínhamos (o setor automotivo) a capacidade de produzir 1,7 milhão de unidades, e o porcentual de produção era de 81%. Agora, temos potencial para produzir 5,5 milhões, e a utilização da capacidade é de 48%, o mesmo patamar de 2002, quando vim para o Brasil pela primeira vez", disse o executivo. Ele veio ao Brasil em 2002 para ocupar o cargo de vice-presidente de finanças da Volkswagen, saindo em 2007 para trabalhar na subsidiária da montadora na África do Sul. Voltou neste ano para assumir a presidência.Segundo ele, a produção do setor de veículos deve atingir algo em torno de 2,5 milhões de unidades em 2015 no País, retração de cerca de 30% em relação ao nível de 2014. "Os custos aumentaram, perdemos competitividade e a demanda diminuiu", explicou Powels.O executivo afirmou que nunca viu o mercado automotivo brasileiro tão instável como agora. "Precisamos trabalhar com o governo e os demais players para evitar esse tipo de volatilidade. Não podemos deixar o mercado piorar para daqui a dez anos estarmos discutindo outra tragédia", declarou. Para Powels, o cenário não deve melhorar nos próximos anos. "Não sei quando vamos voltar a ter os níveis dos anos anteriores, não sei se será rápido, mas vamos ter de elevar a produtividade, reduzir impostos e estimular a demanda", afirmou. O executivo evitou falar sobre o escândalo mundial envolvendo a montadora alemã, em relação à instalação de um software em seus veículos movidos a diesel que enganou agências reguladoras sobre a emissão de gases poluentes. 

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