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Utilitário Tiggo deverá ser uma das primeiras apostas da Chery

Executivo admite que um dos desafios da Caoa será mudar a imagem negativa que os carros chineses têm no País

Por Tião Oliveira
Atualização:

O presidente do grupo Caoa, Mauro Correia, desconversa quando o assunto são os novos carros que a Caoa Chery produzirá no Brasil, mas afirma que a empresa oferecerá novos produtos já a partir do ano que vem. "Os novos produtos terão preços competitivos, mas não agressivos", diz o executivo. O mais cotado para ser o primeiro a chegar é o Tiggo 2.

A produção da pré-série do utilitário-esportivo teve início em julho, na fábrica de Jacareí (SP). Por ora, os carros que estão saindo da planta servem para alinhar a montagem e os processos de fabricação. Segundo as informações divulgadas pela Chery durante o Salão do Automóvel de São Paulo, em novembro do ano passado, o Tiggo 2 será rival de SUVs compactos como Ford EcoSport, que parte de R$ 76.990, e Renault Duster, cuja tabela começa em R$ 69.490.

Unidades do Tiggo 2 já foram feitas no Brasil Foto: José Patrício|Estadão

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O Tiggo 2 será vendido no Brasil com motor 1.5 e, inicialmente, câmbio manual. A opção de transmissão automática CVT (com relações continuamente variáveis) será oferecida após alguns meses do lançamento. De série, o utilitário trará itens como airbags laterais e controle de estabilidade, entre outros.

Outra aposta da empresa sino-brasileira pode ser o sedã médio Arrizo 5, cuja estreia no País estava prevista inicialmente para o segundo semestre deste ano. O modelo, lançado no mercado chinês em março do ano passado, destaca-se pela ampla lista de equipamentos de série. Entre os destaques do veículo há sistemas como partida do motor sem uso de chave (por meio de botão), teto solar e câmbio automático CVT, que simula sete marchas no modo manual. Há ainda controle de estabilidade e um sistema multimídia que pode ser conectado à internet e funciona com informações armazenadas na nuvem.

Tanto o Tiggo 2 como o Arrizo 5 que foram expostos no Salão de São Paulo mostraram sensível evolução em termos de acabamento em comparação com os modelos anteriores da Chery. Em ambos, a cabine, além de bem montada, apresenta boa percepção de qualidade.

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Segundo fontes ouvidas pelo Jornal do Carro, o subcompacto QQ também receberá atenção especial da Caoa Chery. Carro mais barato do Brasil, é vendido a partir de R$ 25.990. É bem menos que o preço de rivais como o Fiat Mobi (R$ 34.210) e o Renault Kwid (R$ 29.990).

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Qualidade

Correia diz que uma das metas é mostrar que os produtos da marca têm qualidade e nível tecnológico altos. Esse deverá ser o maior desafio da Caoa Chery, uma vez que o executivo admite que os carros chineses são, em geral, vistos pelo consumidor brasileiro como de baixa qualidade.

As experiências recentes de montadoras chinesas aqui não são das mais animadoras. A Geely, atual dona da sueca Volvo, chegou a estudar a construção de uma fábrica no Brasil. No entanto, acabou deixando o País em 2016, após pouco mais de dois anos de operação. Segundo um porta-voz da empresa, a alta do dólar nos últimos anos inviabilizou as operações, comandadas pelo grupo Gandini, o mesmo da coreana Kia.

A JAC Motors, por sua vez, teve cancelada a habilitação no Inovar-Auto pelo Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços (MDIC), em junho de 2016. O programa, que buscava aumentar o número de fábricas de automóveis no País e fomentar o desenvolvimento de novas tecnologias, será substituído pelo Rota 2030 no ano que vem.

A JAC informa que protocolou no governo uma alteração no projeto original, mas não recebeu resposta. A alteração seria na fábrica, que ficaria menor e faria apenas a montagem em CKD (com peças importadas) do utilitário-esportivo T5.

A Great Wall chegou a divulgar, em 2012, que teria uma fábrica no País, mas até agora o projeto não avançou. No ano passado, a Zotye anunciou que teria uma planta em Goianésia (GO) em 2018. Um projeto de intenções foi assinado com o governo do Estado em abril do ano passado.

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