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Vale inaugura usina para biocombustível no Pará

Empresa ainda prevê construir mais uma unidade para extração de óleo de palma; investimento total é de US$ 500 milhões

Por Agência Estado
Atualização:

RIO - A Vale informou que a Biopalma da Amazônia S.A., empresa da mineradora em sociedade com o Grupo MSP, inaugura nesta terça-feira a sua primeira usina extratora de palma (dendê). A unidade, no município de Moju, a 150 quilômetros de Belém, marca o início do projeto de biodiesel da companhia.A Vale tem planos ainda de construir mais uma unidade para extração de óleo do fruto. Está prevista a construção de uma planta industrial para transformar o óleo em biodiesel a partir de 2015. O investimento total é de US$ 500 milhões.O objetivo é suprir a demanda de biodiesel para a utilização de B20 (20% de biodiesel e 80% de diesel comum) na frota de locomotivas, máquinas e equipamentos da Vale no Brasil. Hoje, a legislação brasileira estabelece o uso da mistura de, no mínimo, 5% de biodiesel (B5).A usina tem capacidade de extração de 120 toneladas/hora de cachos de fruto fresco (CFF), o que representa cerca de 25 toneladas/hora de óleo. A capacidade de geração de energia limpa é de 11 MW, dos quais 3,5 MW serão utilizados na usina e o excedente poderá ser disponibilizado à concessionária de energia do Estado.A estimativa é que o uso do B20 reduza a emissão de gases do efeito estufa da empresa em cerca de 20 milhões de toneladas de CO2 em 25 anos. Outros 2 milhões de toneladas CO2 poderão ser sequestrados por meio da plantação da palma.

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Investimentos

A mineradora pretende manter investimentos na área de gás, disse nesta terça-feira a diretora executiva de Sustentabilidade, Recursos Humanos e Energia da empresa, Vânia Somavilla. "No nosso portfólio, temos projetos de gás e petróleo. Estamos revisitando isso de forma que permaneça a nossa estratégia de manter apenas investimentos na área de gás", disse ela durante o anúncio da inauguração de uma usina de produção de óleo de palma, no município de Moju, no Pará.

Recentemente a Vale anunciou que pretendia se desfazer de alguns ativos de óleo e gás. De acordo Vânia, o objetivo é permanecer em alguns ativos de gás como investidora para evitar riscos ao seu abastecimento energético. Também presente no encontro, o presidente da Vale, Murilo Ferreira, afirmou que a decisão sobre o destino dos ativos de óleo e gás será tomada no "momento adequado".

Ressaltando que o setor de óleo e gás é intensivo em capital, Ferreira afirmou que a Vale manterá seu foco em mineração. "Temos experiência em mineração. Considerando que os dois são intensivos em capital, vamos nos concentrar no que temos mais experiência", declarou o executivo, acrescentando que bancos foram contratados para indicar qual a melhor solução para os ativos de óleo e gás.

YPF

A Vale admitiu que está preocupada com o processo de estatização da petrolífera YPF pelo governo argentina, antes comandada pela espanhola Repsol. A Vale explora gás na formação de Las Lajas, no país vizinhos, por meio de uma joint venture paritária com a YPF. "Estamos um pouco preocupados com a questão da estatização da YPF", disse o diretor global de Energia da Vale, João Coral, durante coletiva de inauguração de uma planta produtora de óleo de palma em Moju (PA).

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O executivo ressaltou, no entanto, que as operações da joint venture continuam normalmente, apesar do movimento do governo argentino. O objetivo da parceria com a YPF é assegurar o abastecimento de gás para o projeto de potássio Rio Colorado, na Argentina, que recentemente a mineradora disse estar reavaliando. Questionado se um dos motivos da reavaliação seria a questão da estatização, o executivo amenizou o tom. "Não temos problemas nenhum com a YPF, problemas zero (...) Todos os compromissos assumidos estão sendo cumpridos e o cronograma está em dia."

Ao ser perguntado se a continuidade dos trabalhos de exploração na formação de Las Lajas indicaria a manutenção do projeto Rio Colorado, o executivo respondeu: "Aí é outra questão. Se depender de gás, acho que sim". O projeto está em fase de exploração e a expectativa da Vale é até o fim do ano ter informações mais precisas de volume da reserva não convencional, do tipo "tight gas".

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