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Vale quer reduzir dívida dos atuais US$ 21 bi para US$ 10 bi

O presidente da mineradora, Fabio Schvartsman, afirma que, como a maior parte das vendas importantes de ativos já ocorreu, a redução da dívida da companhia será direcionada pela geração de caixa

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Por Célia Froufe (Broadcast) e correspondente
Atualização:

LONDRES - O presidente e CEO da Vale, Fabio Schvartsman, informou nesta sexta-feira, 8, que, como a maior parte das vendas importantes de ativos já ocorreu, a redução da dívida da companhia será direcionada pela geração de caixa. 

A empresa tem uma dívida atualmente de US$ 21 bilhões e disse estar a caminho para reduzi-la a US$ 15 bilhões. A meta é atingir US$ 10 bilhões "o mais rápido possível".

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Empresa norueguesa pagou R$ 255 milhões por negócio de fertilizantes da Vale. Foto: Sergio Castro/Estadão

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Como exemplo, Schvartsman citou as vendas de três projetos já conhecidos, como o projeto de Nacala, em Moçambique; da Vale Fertilizantes, que deve ser encerrado, de acordo com ele, no ano que vem, além da mais recente transação também da Vale Fertilizantes, que deverá ser fechado na segunda metade do ano que vem. 

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"Isso é tudo o que será feito por vendas. Todo o resto será por caixa", disse. "É a primeira vez que temos uma meta de redução da dívida para a Vale", enfatizou.

Ele também ressaltou que o pagamento de dividendos tem que estar ligado à geração de caixa. "Estamos agora discutindo essa política com a diretoria. Não acredito que uma companhia como a Vale não possa pagar dividendo com a geração de caixa. Provavelmente vamos nessa direção", afirmou.

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Nova Caledônia. A venda da fatia na mina de níquel que a Vale possui na Vale Nova Caledônia (VNC), que nunca gerou lucro pra a companhia, tem atraído interesse de "muitas" corporações chinesas, de acordo com o presidente da empresa. 

"Não podemos continuar a investir e perder dinheiro em Nova Caledônia para sempre", afirmou durante entrevista coletiva no Vale Day, realizado nesta sexta-feira em Londres, em referência ao projeto em uma ilha francesa no Oceano Pacífico.

Segundo Schvartsman, a existência de um grande número de interessados pela unidade é uma "boa notícia" porque, segundo ele, se há mais interessados, há mais chances de a empresa conseguir um parceiro. No caso da China, o CEO citou como empresas chinesas que produzem baterias para carros elétricas estão interessadas no níquel.

"Existem muitos grupos chineses que estão tentando participar disso e o governo chinês também está mirando a redução da poluição no futuro de forma mais cuidadosa", comentou o executivo em Londres.

Produção de baterias. O presidente e CEO da Vale descartou a possibilidade de a companhia se voltar para a produção de baterias de veículos elétricos. 

"Essa é uma boa questão. Não estamos considerando, mas produzimos níquel, que pode ser usado para os carros", disse. "Até porque não queremos coisas mais complicadas do que as que já temos", brincou na sequência.

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Sobre os preços da commodity, a diretora-executiva de metais básicos da Vale, Jennifer Maki, salientou que o metal ainda pode contar com uma sobrevida por causa da demanda pelos carros elétricos. 

Schvartsman também comentou que o sentimento do mercado está melhorando em relação ao preço do níquel, que vinha sofrendo com baixas importantes nos últimos meses.

Bolsa de Londres. Schvartsman disse que está aberto à possibilidade de listar a empresa na Bolsa de Londres no futuro.

"Ainda não pensamos nisso a fundo, mas é uma possibilidade", afirmou. 

Ele salientou, no entanto, que, antes, será preciso passar a companhia para o Novo Mercado da B3, no Brasil, não só por uma questão estratégica da empresa, mas também porque seria uma obrigatoriedade dentro do processo de internacionalização.

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