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Vendas de veículos têm o pior resultado para maio em 10 anos

Foram vendidas apenas 167,5 mil unidades no mês passado; no ano, queda acumulada é de 26,6% em relação a 2015

Por e André Ítalo Rocha
Atualização:

O mercado de veículos novos registrou o pior resultado para o mês de maio em dez anos. Foram vendidos 167,5 mil automóveis, comerciais leves, caminhões e ônibus, ante 164,1 mil em 2006.

No acumulado dos cinco primeiros meses, as vendas somaram 811,7 mil unidades, volume 26,6% inferior ao de igual período de 2015. É a primeira vez, em nove anos, que o resultado de janeiro a maio fica abaixo de 1 milhão de unidades. Em 2007, foram vendidos 883,6 mil veículos nesse intervalo.

Pela primeira vez em nove anos, resultado de janeiro a maio fica abaixo de 1 milhão de unidades Foto: Marcos de Paula/Estadão

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Em relação a maio do ano passado, as vendas caíram 21,2%, segundo registros de licenciamentos. Na comparação com abril houve alta de 2,8%, mas o mês passado teve um dia útil a mais. Na média das vendas diárias houve recuo de 2%.

Apesar dos dados desfavoráveis, a fase de quedas drásticas nas vendas pode estar chegando ao fim, segundo a Tendências Consultoria, que avalia os números de vendas dessazonalizados. “Há um sinal de reação do mercado, ainda que num nível baixo de vendas”, diz o economista João Morais.

A reação deve começar no segundo semestre. “Há um sentimento de que a paralisia generalizada da economia comece a se dissipar”, diz Morais, que também prevê uma recuperação no nível de confiança dos consumidores.

Protesto. Com receio de demissões, em razão da baixa produção de veículos, trabalhadores da Mercedes-Benz e da Ford ocuparam ontem de manhã a Via Anchieta, em São Bernardo do Campo (SP), para pedir a manutenção do Programa de Proteção ao Emprego (PPE).

Segundo o presidente do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, Rafael Marques, as empresas sinalizaram que não vão renovar a adesão ao programa e ameaçam realizar demissões para se adequar à queda da demanda. “Se tiver demissão, faremos greve”, avisa Marques.

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O PPE prevê a redução de jornada e salários em até 30%, com metade da perda salarial sendo compensada com recursos do Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT). A adesão da Mercedes-Benz, que inclui cerca de 7 mil trabalhadores, expirou anteontem. A empresa ampliou de 1,3 mil para 1,8 mil o número de funcionários em licença remunerada e abriu um Programa de Demissão Voluntária.

Na Ford, a adesão inclui 4 mil trabalhadores e vai até o dia 30, mas, segundo Marques, a empresa tem resistido à renovação. A Volkswagen é outra montadoras que tem ameaçado demitir, diz ele. Segundo o sindicalista, há 23 mil trabalhadores no ABC inscritos no PPE.

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