PUBLICIDADE

Vírus deve levar preço da carne de porco para maior nível da história

Doença, altamente contagiosa, atinge só animais; cotação internacional deve ser recorde no 3.º trimestre, estima Rabobank

Por Agência Estado
Atualização:
No Brasil, a perspectiva para as cotações da carne suína é positiva, informa o Rabobank Foto: Werther Santana/Estadão

As cotações globais da carne suína devem continuam em alta, provavelmente em níveis recordes no terceiro trimestre, segundo avaliação do Rabobank. Esse cenário é ainda mais certo em países exportadores, como Estados Unidos, México e Coreia do Sul, prejudicados pelo vírus da diarreia epidêmica suína (conhecida pela sigla em inglês PED), que é uma doença altamente contagiosa que atinge somente os animais.

PUBLICIDADE

Conforme o analista do banco, Albert Vernooij, nesses países (exportadores) a redução da oferta, bem como o declínio dos custos com alimentação dos animais, em virtude da queda dos preços dos grãos, deve empurrar a rentabilidade do suinocultor para território recorde. Em compensação, as margens dos processadores serão pressionadas pela forte concorrência pela carne suína.

O Rabobank informa que o preço da carne suína no México subiu cerca de 25% nos últimos 12 meses e têm potencial para avançar mais 5%. Outro país em dificuldades é o Japão. O banco cita que a importação japonesa do produto é relativamente cara em comparação com outros países por causa do baixo valor do iene, entre outros fatores. "Com a oferta de carne também sob pressão, os processadores japoneses têm o desafio de encontrar fontes de suprimento do produto", diz o banco.

A União Europeia (UE), única região com carne suína disponível a preços razoáveis, deve apresentar bom desempenho na exportação para Ásia e Estados Unidos, avalia o banco. No entanto, isso não deve ser suficiente para compensar as vendas mais fracas para países da Europa Central e do Leste. "Se o comércio de carne suína entre UE e Rússia for parcial ou totalmente reaberto, os preços do produto no bloco terão um impulso positivo", diz Vernooij.

No Brasil, a perspectiva para as cotações da carne suína é positiva, informa o Rabobank, refletindo consumo doméstico robusto (puxado pela Copa do Mundo e período de inverno) e pelo alto preço de carnes concorrentes. O banco estima que os números para a produção e exportação do País em 2014 vão ser semelhantes aos de 2013, sugerindo uma recuperação após o fraco desempenho no primeiro semestre. Conforme o Rabobank, a principal vantagem competitiva do Brasil é que o país se mantém livre de problemas sanitários.

Para a China, também são positivas as expectativas, com previsão de alta dos preços, o que seria importante para uma recuperação do fraco primeiro semestre. O preço da carne suína deve continuar baixo na maior parte do terceiro trimestre, mas provavelmente deve ocorrer uma forte recuperação a partir do fim de período, puxado pela elevação da demanda sazonal e menor oferta provocada pelo abate de matrizes nos últimos meses, informa o Rabobank.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.