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Com queda de juro, renda fixa diminui atratividade

Para conseguir ganhos melhores, o investidor do fundo tem de abrir mão da liquidez e não economizar tempo para pesquisar taxas menores

Por Jéssica Alves
Atualização:
Apesar da queda dos juros,especialistasrecomendam cautela na hora de buscar opções mais arrojadas Foto: Marcos Santos/USP Imagens

Com a queda da taxa de juros de 1 ponto porcentual, de 10,25% para 9,25% ao ano, os investimentos que dão retornos próximos ao juro básico vão perdendo a atratividade. Porém, mesmo diante de um cenário bem diferente do ano passado, quando a Selic estava em 14,25%, especialistas ainda recomendam cautela na hora de buscar opções que chegam perto dessa rentabilidade. 

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“Não tem milagre. O investidor gosta de pensar em retorno de 1% ao mês sem risco, mas era uma situação pontual”, conta Arnaldo Curvello, diretor da Ativa Wealth Management. Ele pondera que o caso Joesley Batista mostra que a volatilidade sempre existe e, com as eleições de 2018 se aproximando, a incerteza tende a aumentar.

Diante de um cenário que obriga o investidor a sair da zona de conforto, mas “sem se jogar de cabeça”, Curvello indica ativos ligados ao crédito de empresas, como CRAs, e fundos que contenham esses títulos – por exemplo, CDBs, LCIs e LCAs. Ele explica que, com a taxa de juros em queda, o risco de crédito, ou seja, de um calote das empresas, também diminui, deixando essas opções mais vantajosas. 

Rodrigo Puga, sócio da corretora Modalmais, aconselha o investidor a experimentar aplicações com mais risco por meio dos fundos multimercado, aplicação que mistura em um mesmo pacote renda fixa, ações ou moedas. Ele orienta o investidor a optar por fundos que apresentam rentabilidade constante em vez de olhar só para o retorno final. 

Poupança. A queda da taxa de juros básica deixa a renda fixa tão desprestigiada que até mesmo a poupança, opção mais conservadora e conhecida do brasileiro, ganha na rentabilidade se comparada a fundos de renda fixa com mais de 1% de taxa de administração. Segundo levantamento da Anefac, isso se agrava porque, ao contrário da caderneta, que não sofre qualquer tributação, os fundos têm incidência de Imposto de Renda. Para conseguir ganhos melhores, o investidor do fundo tem de abrir mão da liquidez e não economizar tempo para pesquisar taxas menores. 

Se o investidor aplicar R$ 10 mil por 12 meses na poupança, por exemplo, terá acumulado R$ 10.680. Em um fundo de renda fixa com taxa de administração de 1,50%, o mesmo valor renderia R$ 10.629. 

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