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Preço dos imóveis tem queda em 20 bairros de São Paulo em 2015

Mercado imobiliário sente os efeitos do encarecimento do crédito e aumento do desemprego; no ano que vem, índice FipeZap, que coleta preços em 20 cidades, pode ter a 1ª queda desde 2008

Por Hugo Passarelli
Atualização:

A combinação entre aumento do desemprego, queda da renda e encarecimento do crédito habitacional está promovendo um ajuste no mercado imobiliário. De janeiro a julho, o preço dos imóveis já cai em quase 30% dos bairros de três regiões metropolitanas - São Paulo, Rio de Janeiro e Belo Horizonte -, segundo levantamento do Boletim FipeZap. A publicação é elaborada trimestralmente pela Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe) e o site de classificados Zap. 

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Na capital paulista, há queda em 20 das regiões (ou 17% da cidade), enquanto na capital fluminense o recuo é observado em 32 locais (35%). Em BH, o metro quadrado ficou mais barato em 34% dos bairros.

O ajuste ocorre de maneira desigual dentro das capitais, mas afeta todas as regiões. Em São Paulo, por exemplo, a maior queda registrada em 2015 é no bairro do Jaçanã, zona norte da capital, onde o metro quadrado caiu 4,2%. Regiões nobres da capital, como Vila Madalena (-1,2%) e Ibirapuera (-0,7%), também sentiram os efeitos da desaceleração do mercado. De maneira inversa, Madureira (RJ, com 11,6% de aumento), Itaquera (SP, +9,5%) e Barreiro (BH, +8,6%) ainda registram aumento expressivo de preços.

De acordo com a publicação, o preço médio do metro quadrado ainda não sentiu todo o impacto do recuo da demanda por imóveis. O índice Fipezap, que coleta anúncios de imóveis novos e usados na internet em 20 cidades brasileiras, deve terminar 2015 com alta perto de 1%, segundo as projeções do boletim. O resultado está bem abaixo da inflação esperada para o ano, de 9,28%, segundo o Relatório Focus, do Banco Central. No ano que vem, o indicador pode, pela primeira vez em sua série histórica (2008), migrar para o campo negativo.

O texto ainda destaca que, diante da dinâmica complexa do mercado, as projeções não significam que a compra de imóvel é desaconselhada em todos os casos.

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