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Projeto atualiza glamour da art déco com topo de vidro

Retrofit dá nova destinação a prédio do Rio com valor histórico e arquitetônico

Por Heraldo Vaz
Atualização:
Restauro e transformação do conjunto residencial, de 1942, em difiício de escritórios com selo Green Building Foto: Alexandre Salem

Ícone da art déco, o Glória 122, no centro do Rio de Janeiro, teve sua fachada preservada e restaurada, garantindo o prêmio Retrofit, na categoria Profissional, para a RFM Construtora. O projeto transformou um conjunto residencial da década de 1940, de alto valor histórico e arquitetônico, em edifício de escritórios contemporâneo. “A fachada antiga tinha mais de 70 anos”, afirma o presidente da RFM, Marcio Botana Moraes, explicando que especialistas encontraram solução técnica para “conservar, recuperar e eternizar” a frente. “Foi feito trabalho de inspeção e restauro para garantir outros 70 anos.” Botana conta que cintas metálicas, ancoradas na estrutura, abraçaram as colunas em pontos estratégicos, proporcionando a estabilização da fachada.  Na avaliação da comissão julgadora, a escassez de terrenos na área central do Rio tem gerado alguns dos melhores retrofits do País. “O Glória 122 é excepcional obra de engenharia realizada atrás da fachada de um ícone da art déco”, diz o voto do júri, que elogiou a “complexa execução das obras”, com a manutenção da fachada do antigo residencial. Também destaca o “conjunto da obra e o esmerado design de interiores”. O interior do hall foi recriado “para ter uma leitura de modernidade, mas, ao mesmo tempo, homenageando o passado”, diz Moraes. Foram resgatados lustres e arandelas
 de corredores e varandas. O piso recomposto como o da época, além da instalação de painel com elementos retirados dos elevadores, mantêm uma aura art déco. “Esse prédio era moderno em 1940 e continua moderno”, declara. “É um exemplo de como tratar a história de uma herança arquitetônica do Rio.”Selo. Moraes explica que o empreendimento <IP10>adota padrões internacionais, com certificação Leed (leadership in energy and environmental design), selo do Green Building Council (GBC) Brasil. O objetivo, segundo ele, foi reduzir o impacto ambiental desde a demolição até as operações do novo edifício.</IP> O consumo de energia do empreendimento é certificado. O projeto de luminotécnica explora a luz natural e a arquitetura privilegia a circulação e conforto. No alto do prédio, foi construído mais pavimentos, com um recuo em relação à fachada original. São de vidro, do chão ao teto, com vista panorâmica. Telhado vivo. Junto a um paredão rochoso, “o café suspenso, com telhado vivo integrado, foi concebido para preservar as pedras naturais do terreno e complementa a infraestrutura de serviços do entorno”, declara o presidente da RFM. O projeto priorizou funcionalidade, segurança e tecnologia, segundo Moraes. Ele cita o lobby com pé-direito duplo, o auditório no térreo para 100 pessoas, as catracas de acesso conectadas aos elevadores com chamada programada, o sistema de segurança com câmeras e monitoramento 24 horas.

Cafeteria suspensa na rocha Foto: Wladimir Ribeiro

“O grande desafio de um retrofit é encontrar uma solução técnica de engenharia que possibilite superar os outros desafios”, diz Moraes, ressaltando que não são poucos. “Têm as normas técnicas e de desempenho, legislação, a fachada a ser preservada, a logística, o espaço confinado, a transformação do uso, tudo respeitando os cronogramas de custos e da obra.” O edifício possui dois pavimentos de garagem, um térreo e 11 andares, dois deles com terraços livres de colunas. As unidades são exclusivamente para locação. “A comercialização está em processo”, diz Moraes, sem revelar o preço médio do aluguel. “Os dados ainda não foram divulgados.”

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