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Uma das medidas no pacote de reformas proposto pelo governo Temer, a reforma da Previdência já deveria ter sido encarada pelo Congresso, avalia o professor da Escola de Economia da FGV-SP, Nelson Marconi. "Reforma da Previdência precisaria ser a primeira a ser feita por Temer", afirmou. Ele reconheceu que, diante da resistência à aprovação da reforma, pode ser interessante até mesmo uma versão mais enxuta da reforma. "Momento político é muito difícil para conseguir reforma mais ousada", explicou Marconi

O professor Otto Nogami, do Insper, lembrou que a reformulação das regras previdenciárias é uma discussão antiga, mas que sempre teve dificuldades em avançar. "Reforma da Previdência é questão da pauta desde os anos 80, mas falta vontade política para aprovar", pontuou. Para ele, a administração da Previdência Social poderia ser transferida à iniciativa privada. "Estudos mostram que o sistema previdenciário nas mãos da iniciativa privada funciona."

"A reforma da Previdência é uma questão inadiável", declarou José Roberto Savoia, professor da FEA-USP. "Se não for feita agora, terá que ser levada adiante no próximo governo", afirmou o especialista, para quem será necessário revisar posteriormente a exclusão dos militares da reforma proposta pelo governo Michel Temer

Em debate realizado pelo Grupo Estado com o secretário da Previdência do Ministério da Fazenda, Marcelo Caetano, especialistas salientaram a importância de se promover uma reforma na Previdência Social para equacionar as contas públicas, mas, ao mesmo tempo, reconheceram as dificuldades de se aprovar a medida neste momento

O debate realizada na TV Estadão foi encerrado

Caetano: "Estou otimista e próximos dias serão de muitas conversas"

Caetano repetiu que qualquer proposta de alteração na proposta de emenda constitucional deve levar em conta se ela ajuda a reduzir desigualdades, se reduz a economia prevista pela matéria e se vai trazer votos para sua aprovação no Congresso

Ele citou que Brasil e Equador são os únicos países nas Américas sem idade mínima de aposentadoria. Também ponderou que o aumento da idade mínima proposta pela reforma será feito de forma gradual

Durante debate na TV Estadão, Caetano disse que propostas de mudanças no texto certamente chegarão, mas classificou como essenciais tanto a manutenção da idade mínima de aposentadoria, que, segundo ele, acontece em todo o mundo, como a igualdade de regras para funcionários da iniciativa privada e servidores públicos.

O secretário de Previdência do Ministério da Fazenda, Marcelo Caetano, disse que o objetivo da reforma da Previdência é equalizar regras de aposentadoria. Ao tratar das negociações em torno da flexibilização na transição dos servidores às novas regras, o secretário defendeu que qualquer mudança no texto deve ser pensada para beneficiar a população carente e não perpetuar a desigualdade do sistema previdenciário

Caetano também considera que, caso reforma não aconteça agora, País precisará de reforma ainda mais forte

"Há desigualdades muito fortes na Previdência brasileira", afirma Caetano

Para Nogami, que está otimista com a reforma, o Brasil recuperou sua capacidade de crescer. Por isso, é fundamental continuar com as reformas

Nogami também diz que não aprovação da reforma pode alterar toda a perspectiva futura para economia