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Cannes discute barreiras para diretoras de cinema

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Por Fernando Scheller
Atualização:
Atriz Samantha Morton, durante palestra no festival Cannes Lions Foto: Estadão

Neste ano, tanto no Palácio dos Festivais quanto fora dele, o Cannes Lions - Festival Internacional de Criatividade está atento à questão da igualdade de gêneros. Além das várias personalidades abordando o tema em debates e workshops, um evento paralelo - o Girls Lounge - começará a ter palestras específicas sobre as mulheres a partir desta terça-feira.

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O debate sobre o papel da mulher não está restrito à publicidade. Inclui também outras áreas da criatividade, como o cinema, e dominou ontem o painel que teve participação da atriz Samantha Morton (indicada ao Oscar por Poucas e Boas, de Woody Allen, e In America, de Jim Sheridan). Ela é conhecida também por sua participações em filmes mais comerciais como John Carter e Minorty Report.

Em Canens Lions, a atriz contou de suas origens humildes - ela cresceu num orfanato e morou nas ruas por dois anos - e também sobre a dificuldade que as mulheres têm de trabalhar como realizadores no cinema. Em 2014, somente 7% dos 250 filmes mais vistos no planeta foram dirigidos por mulheres. Contando somente os produzidos em Hollywood, a proporção é ainda menor, de 5%.

A atriz, que já dirigiu um filme (Unloved, de 2009, inspirado livremente em sua infância e adolescência), acabou de terminar o segundo roteiro para filmá-lo em breve. "Houve uma pessoa muito poderosa do cinema britânico que simplesmente se recusou a ler meu primeiro roteiro. Ele disse: Samantha Morton não é realizadora, é atriz. Acho que sofri preconceito por ser atriz."

Auxílio. Agora, ela está apoiando um projeto para garantir que mulheres possam se provar como realizadoras. O fundo Female Firsts, que está começando a ser captado, vai ajudar a levantar recursos para que cineastas possam realizar seu primeiro ou segundo filme. A ideia é justamente auxiliar essa primeira fase da carreira.

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"Mesmo eu morando na rua, nunca pensei que eu não poderia ser uma atriz de Hollywood. Se alguém tivesse feito isso, provavelmente eu daria um tapa em sua cara", disse Samantha. "A questão é como você interpreta sua própria vida. E eu acredito firmemente em pensar positivo."

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