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Com 101 Leões, agências brasileiras superam resultado de 2017 em Cannes

Fernando Scheller, enviado especial a Cannes

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Por Fernando Scheller
Atualização:

Apesar das mudanças nos critérios das premiações terem reduzido o total de Leões distribuídos em 2018, as agências brasileiras conseguiram ampliar seus resultados no Cannes Lions - Festival Internacional de Criatividade deste ano. Com a revelação dos vencedores das últimas categorias do evento nesta sexta-feira (22), o total de Leões trazidos para o Brasil chegou a 101, contra os 99 de 2017 e 90 prêmios de 2016. É o melhor resultado desde 2015, quando o País angariou 108 Leões.

Além disso, o País trouxe dois Grand Prix para casa, nas áreas de Print & Publishing (para Africa) e Mobile (para a Grey), que foram as agências mais premiadas do Brasil no festival de 2018. Outro destaque deste ano foi a David São Paulo, do grupo WPP, com a campanha "Essa Coca-Cola é Fanta. E Daí?", que recebeu três Leões de ouro.

Prêmio máximo: Grey Brasil levou o Grand Prix em Mobile Lions (Soraya Ursine/Estadão) Foto: Estadão

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Destaques. O Grande Prêmio de Mobile Lions foi para uma campanha feita para o site Reclame Aqui. Com o desenvolvimento de um aplicativo que permite que o usuário aponte o celular para uma foto de um político brasileiro e saiba se ele enfrenta processos judiciais ou tem a ficha suja, a marca conseguiu entrar no debate político de uma maneira direta e útil, conforme destacaram os jurados da categoria.

Originalmente chamado "Detector de Corrupção", o app teve recentemente o nome modificado para "Detector de Ficha de Político". O diretor de marketing do Reclame Aqui, Felipe Paniago, explica que a decisão visa a evitar que ameaças de ações judiciais de políticos se tornem realidade. "Tudo o que a gente não quer é que uma liminar suspenda o uso do aplicativo, ainda mais neste momento."

A agência Africa recebeu o Grand Prix por uma ação em mídia impressa para a Budweiser, distribuída pela Ambev. A campanha, que usa apenas texto, incentiva os consumidores a buscarem na internet fotos icônicas de lendas da música - entre elas Mick Jagger e Prince. As imagens têm um aspecto em comum: em todas os artistas aparecem segurando uma garrafa ou lata de Budweiser.

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Segundo Sérgio Gordilho, copresidente e diretor geral de criação da Africa, o uso da mídia impressa para levar o consumidor às fotos na internet foi uma forma criativa de garantir acesso a um material histórico que custaria muito para ser reunido pela própria marca, uma vez que as imagens têm direitos autorais.

A campanha da David, que usou a frase "Essa Coca-Cola é Fanta. E daí?", consistiu na mudança de significado de uma frase de sentido pejorativo em uma expressão de orgulho e aceitação. Lançada no Dia do Orgulho LGBT, com investimento zero em mídia, a peça publicitária logo ganhou as mídias sociais e também virou notícia.

Segundo o vice-presidente de criação da David Brasil, Rafael Donato, o projeto inicialmente incluía apenas a distribuição da lata comemorativa a funcionários do grupo - que trazia o líquido da Fanta dentro da lata de Coca-Cola -, mas acabou crescendo em importância à medida que a ação foi abraçada nas redes sociais. Isso levou à produção de uma segunda leva de embalagens, que foram distribuídas a influenciadores.

Mais Leões. Entre os resultados revelados nesta sexta-feira, o maior número de prêmios veio em Film Lions, incluindo um ouro para AlmapBBDO/Getty Images. A Propeg ficou com uma prata para uma campanha para o Grupo Gay da Bahia. Os bronzes foram para Y&R/AthosGLS; Y&R/Cepia; Killers e F/Nazca Saatchi & Saatchi para Sadia-BRF; e Barry Company e F/Nazca para Pinacoteca de São Paulo.

Em Creative Effectiveness, que é importante por medir o potencial de geração de negócios das campanhas, a Square Pixel levou um bronze para uma campanha para a Anistia Internacional. Em Glass: Lion for Change, foram mais dois prêmios: uma prata para Africa/Telefônica-Vivo e um bronze para Ogilvy/Coca-Cola. Em Sustainable Development Goals, a prata ficou com a National Geographic e o bronze com Grey/Reclame Aqui.

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