A situação na Holanda não é alarmante como na Espanha ou na Grécia. Ao conversar com os holandeses quando estive em Amsterdã e Haia, o diagnóstico que eles me fizeram foi o seguinte: os índices de desemprego no país estão sob controle. Não há falta de postos de trabalho, nem para os jovens. O que mudou com a crise foi a dificuldade para os recém-graduados encontrarem trabalho na área para a qual estudaram durante anos na universidade.
Uma das pessoas com quem conversei, por exemplo, se formou em comércio exterior, mas está trabalhando com marketing. "Trabalho não falta aqui, não. Mas se quisermos atuar na área, aí está bem mais difícil, por causa da crise", disse.
Artistas sofrem mais
A situação dos artistas holandeses, contudo, é bem mais complicada. Quando estive em Haia, conversei com um pintor que expunha seus quadros no centro da cidade e ele me relatou que não vendia uma obra há semanas. "É a crise. As pessoas não podem deixar de comer ou arcar com outras despesas básicas, como moradia e transporte, mas param de investir em arte", explicou.
Apesar dessa dificuldade, ele fez umas ponderações bastante interessantes sobre o impacto da crise para os artistas. "Temos que ser muito mais criativos. Meus quadros estão muito melhores", confessou.
É, o cenário da crise europeia, que pude acompanhar de perto durante 10 meses, piorava a cada dia. Vamos ver se haverá mudanças - positivas ou não - em 2013. Como eu já disse a vocês no post anterior, continuarei relatando as histórias da crise que ouvi e presenciei no continente europeu nesse período, mas ficarei atenta, é claro, ao que continua rolando por lá, mas agora daqui do Brasil.
Quero aproveitar esse post para agradecer a todos os meus leitores a audiência de 2012 e espero contar com vocês em 2013. Desejo a todos um ano novo de muita felicidade e realizações.