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Picadora de eucalipto produz biomassa

Florestas energéticas. É neste conceito que a New Holland vem trabalhando de dois anos para cá. Durante a Expointer, em Esteio (RS), que prossegue até o dia 4 de setembro, a fabricante de tratores, colhedoras e outras máquinas agrícolas apresentou uma roçadeira que, com uma plataforma específica, transforma-se numa colhedora e picadora de eucalipto para produção de biomassa. O equipamento, autopropelido, com potência de 600 cavalos e batizado de FR9060, será vendido com a plataforma de corte de madeira FB130 e é o primeiro do gênero no País, garante a fabricante.

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Por Redação
Atualização:

Esta biomassa são cavacos de eucalipto, cada vez mais utilizados para geração de energia a partir da combustão. No filme que apresenta a máquina em operação, árvores de eucalipto de no máximo dois anos, cultivadas no sistema adensado (7 mil plantas por hectare, em vez das usuais 5 mil plantas por hectare), são cortadas rente ao chão, à altura de 10 centímetros e até menos, logo engolidas e trituradas pelas facas internas da plataforma. Um transbordo recolhe os cavacos.

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A máquina com plataforma já tem preço, cerca de R$ 850 mil, mas ainda está em processo de validação na Universidade Estadual Paulista (Unesp), câmpus de Botucatu (SP). "Vamos levar cerca de dois anos até concluírmos todos os testes de validação", diz o especialista de Produto da New Holland, Roberto Jonker, explicando que a máquina foi desenvolvida na Bélgica, testada com outras espécies de árvores, e agora está sendo avaliada com eucalipto cultivado no Brasil.

Este tipo de máquina compreende, na verdade, a venda de um pacote tecnológico, em que até a maneira convencional de cultivo de eucalipto terá de ser modificada, passando-se do convencional para o adensado - além de o cultivo ter de ser feito em áreas com pouco declive para garantir a operação da máquina. Ou seja, ao contrário do que preconizam recomendações técnicas, de utilizar para o plantio de eucalipto áreas declivosas e com pouca aptidão para o cultivo de alimentos. Jonker não acredita, aliás, que o eucalipto cultivado sob este novo sistema, para se adaptar à nova máquina, concorrerá com áreas de lavoura de grãos. "Há uma grande extensão de pastos degradados no País, na qual pode-se plantar eucalipto. Além disso, a necessidade de eucalipto para abastecer energeticamente o País não tomará nem 0,5% da área total cultivada", diz.

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