Produtor de alho sofre com concorrência do produto importado

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Por Redação
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Após uma safra remuneradora no ano passado, os produtores de alho veem-se novamente ameaçados pela concorrência do produto importado, sobretudo da China. No ano passado, por causa de um problema climático naquele país, as importações diminuíram sensivelmente e o preço no mercado interno chegou a R$ 10 o quilo. Este ano, com a volta do produto chinês ao mercado nacional, as cotações caíram para R$ 2 a R$ 3 o quilo.

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Diante da situação difícil, em Ipameri (GO), o produtor Giberto Mitsuyoshi Yuki tomou uma decisão radical. Ano que vem, não vai plantar alho. "No começo do ano o preço estava bom, R$ 7, R$ 8 o quilo, como no ano passado. Mas agora caiu para R$ 3 o quilo, valor muito baixo para um custo de R$ 3,50, R$ 4 o quilo", diz Yuki, que plantou este ano 74 hectares com o irmão Roberto e outros sócios. "A safra está no barracão para ser comercializada, mas os preços desanimam", lamenta.

Com uma produtividade de 15 a 16 toneladas por hectare, Giberto diz que seu custo de produção por hectare é alto - em torno de R$ 60 mil - sobretudo por causa da semente. "Para tirar 15 mil quilos de alho por hectare, é preciso plantar 2.500 quilos de semente. Depois vêm os gastos com defensivos e fertilizantes e mão de obra", diz ele, que também cultiva cereais e cria gado de corte. "Mesmo diversificando, o alho é 50% do meu faturamento."

Yuki diz que decidiu não plantar alho em 2012 por causa da tendência de preços baixos também no ano que vem. "A comercialização está lenta. Entrou muito alho chinês e, pior, não se sabe o quanto mais vai entrar de produto importado. Fora que no fim do ano entra a safra do Sul e da Argentina. O estoque para o ano que vem deve ser alto." Para ele, ideal seria que o governo determinasse cotas de importação, para que o produto importado pegasse a entressafra do alho nacional.

"Só que não existe esse controle. Ano que vem, 110 funcionários vão ficar sem trabalho na minha propriedade", diz ele, lembrando que a cultura do alho é uma das que mais empregam mão de obra, pois praticamente todo o trabalho - do plantio ao pós-colheita, é manual. Leia reportagem completa no Agrícola desta quarta-feira.

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