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Programa Soja Plus será posto em prática

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Por Redação
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 Foto: Estadão

Lançado em abril do ano passado, o Soja Plus - programa de gestão socioambiental e econômica voltado a propriedades produtoras da leguminosa - vai começar a ser difundido no campo. Nesta primeira fase, o foco será o Estado de Mato Grosso, que possui cerca de 10 mil produtores e uma área plantada de 6 milhões de hectares.

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Para fazer o programa chegar ao produtor, serão realizados, ao longo do ano, dias de campo e palestras para informar e orientar sojicultores sobre os objetivos do programa, que se baseia no conceito de atividade socialmente justa, economicamente viável e correta do ponto de vista ambiental. "Vamos começar visitando cerca de 500 propriedades para falar sobre a importância das leis trabalhistas e de boas condições de trabalho para os funcionários", disse  o presidente da Associação dos Produtores de Soja do Estado de Mato Grosso (Aprosoja), Glauber Silveira. Para isso, o programa já firmou parceria com o Instituto Algodão Social (IAS) e com o Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar).

Silveira participou hoje, em São Paulo, de evento sobre o Soja Plus, junto com representantes de outras entidades envolvidas no programa, como Embrapa Soja, Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais (Abiove), Associação Nacional dos Exportadores de Cereais (Anec), Instituto para o Agronegócio Responsável (Instituto Ares), entre outros parceiros.

O programa elaborou uma ampla lista de itens que deve ser seguida pelo produtor. Ao fim do processo de adaptação a todos esses itens, o sojicultor recebe um selo. "Ao receber o selo, esse produtor tem condições de atender a qualquer demanda de mercado, no Brasil ou lá fora", explicou o presidente da Abiove, Carlo Lovatelli. Segundo ele, a ideia do programa é elevar o padrão de qualidade da soja brasileira.

O Brasil é, hoje, o segundo maior produtor da oleaginosa do mundo. A cultura ocupa 23 milhões de hectares, área que corresponde a 24% da área mundial plantada, e abrange um universo de 250 mil produtores. A safra 2010/2011, recorde, está estimada em quase 70 milhões de toneladas e os produtores vivem um ótimo momento, de bons preços da oleaginosa. "Certamente o momento ajuda, porque, com o sojicultor descapitalizado, fica difícil falar em exigências e melhorias na propriedade", disse o presidente da Aprosoja.

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A lista de itens inclui, por exemplo, o uso correto de EPI (equipamentos de proteção individual), transporte e alojamento adequado para os trabalhadores, local para armazenagem de produtos químicos, entre outras exigências. "Vale lembrar que muitos desses itens já são seguidos nas propriedades, pois são exigidos por lei. O programa é apenas uma maneira de estimular o produtor a adotar boas práticas no campo e orientá-lo a fazer isso de forma contínua", afirmou Silveira.

Para o representante do Instituto Ares, Ocimar Villela, o caráter voluntário estimula o agricultor a ir aperfeiçoando, aos poucos, o sistema de produção. "Não é possível se ajustar aos requisitos da noite para o dia. Mas, com bom senso, o programa pode ser posto em prática."

Sobre a questão do "custo-benefício" da adoção das práticas do programa, uma possibilidade é que o sojicultor que tenha o selo receba um prêmio. Esse prêmio pode vir na forma de uma taxa de juro menor em transações com tradings ou via comercialização. "O caminho para chegar ao produtor passa, obrigatoriamente, pela porta financeira. Mas o produtor também sabe que o mercado mudou e que quem não se ajustar a esse conceito de sustentabilidade ficará à margem", disse Lovatelli.

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