"Esse desmatamento legal é feito para a construção de novas estradas, como o Rodoanel, de hidrelétricas e ampliação ou duplicação de aeroportos, portos e ferrovias", explica Gandolfi. Por meio desta técnica, antes do desmatamento legal, coletam-se do chão da floresta as mudas, isto é, pequenas plântulas de 5 a 30 centímetros, com a raiz nua, sem o torrão de terra. No chão de 1 hectare, pode haver mais de 200 mil plântulas para coleta.
Essas mudas são levadas ao viveiro, onde são acompanhadas por dois ou três meses e, depois, já podem ser plantadas em novas áreas que necessitam de restauração, segundo o professor. "Esse processo, além de reduzir o custo da muda e o custo final da restauração, preserva um importante material genético que seria perdido com o desmatamento da área."
Segundo Gandolfi, com as mudas recolhidas em 1 hectare de floresta a ser desmatada, pode-se recuperar aproximadamente 50 hectares. "Só com o desmatamento legal ocorrido em São Paulo nos últimos três anos, mais ou menos 150 mil hectares de floresta poderiam ter sido restaurados a menores custos. Para tanto, basta que o governo inclua a obrigação de resgate de plântulas no licenciamento ambiental de qualquer obra que leve ao desmatamento de novas áreas. Ficaria o licenciado (custo irrisório frente ao custo da obra) com o ônus de resgatar e repassar as mudas para os órgãos competentes."
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