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De Wall Street

Emergentes devem ter impacto forte de alta de juros nos EUA, diz professor de Princeton

Brasil segue na lista dos países que o IIF considera mais expostos às mudanças de humor dos investidores globais, junto com Indonésia, Rússia, África do Sul e Turquia

Por ALTAMIRO JUNIOR
Atualização:

NOVA YORK - Os mercados financeiros dos países emergentes devem ter reação forte à alta de juros nos Estados Unidos, avalia o professor de economia da Universidade de Princeton, Alan Blinder. A forma de resposta deve variar em cada país, pois alguns estão em melhor situação macroeconômica que outros, mas o impacto deve ocorrer de forma generalizada. Os juros não sobem nos EUA desde 2006.

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"A história sugere que a reação dos mercados financeiros dos emergentes será grande", disse Blinder. Por isso, mesmo que a elevação das taxas nos EUA esteja sendo discutida há meses nas mesas de operação, quando ela efetivamente ocorrer, os investidores e governos terão que lidar com os impactos adversos. Por enquanto, a aposta maior é que a alta ocorra mais para o final deste ano.

Para Blinder, os mercados de bônus devem ser mais afetados. "A probabilidade de uma grande reação do mercado de bônus é maior do que a de uma reação mais contida quando o dia da elevação chegar", disse ele, destacando que os papéis dos países desenvolvidos também devem sofrer impacto. Além disso, os fluxos de capital internacional também serão afetados, com impacto em moedas e preços dos ativos. O Instituto Internacional de Finanças (IIF, na sigla em inglês), formado pelos maiores bancos do mundo, prevê que os países emergentes vão receber este ano o menor volume de capital externo privado desde a crise financeira mundial.

Apesar de saberem do impacto adverso da alta de juros nos emergentes, Blinder acha pouco provável que os dirigentes do Federal Reserve (Fed, o banco central dos Estados Unidos) se pautem por esse tema ao discutir a elevação de juros nas reuniões do Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc, na sigla em inglês). O mandato constitucional do Fed é olhar os EUA, disse ele.

Blinder afirma ter uma visão mais "hawkish", que pelo jargão do mercado financeiro se refere às pessoas que defendem juros mais altos. Ele, porém, não vê chances de os juros subirem na reunião de política monetária deste mês, mas a alta pode estar a caminho este ano. O professor de economia foi um dos debatedores de um seminário realizado pelo IIF em Nova York.

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