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Crônicas, seguros e um pouco de tudo

Opinião|A irritação é o padrão nas ruas

No meio de tantos detalhes que se observam nas ruas, há um quer permeia tudo: a irritação. Mas isso pode mudar...

Atualização:

Andar por São Paulo é sempre fascinante. Observar a cidade e seus moradores tem sempre algo novo, algo inesperado ou surpreendente.

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Não precisa ser grandioso, nem importante, nem fazer diferença na vida de milhares de pessoas. As coisas fascinantes muitas vezes são como as violetas: pequenas, não chamam a atenção, nem têm nada que as marque ou marque o momento. E, no entanto, são únicas, trazem uma poesia que transcende a luz do dia e a torna mais clara, mais brilhante, mais transparente e mais bonita.

O inesperado tem gosto de sorvete de coco numa manhã de primavera com temperatura de alto verão. É bom, refresca e alegra. É verdade, o sorvete pode ter outro sabor e o resultado será o mesmo. Não é o sorvete que faz a diferença, a diferença está nos nossos olhos, na alma, na maneira de deixar a vida entrar.

E a vida entra como a vida corre. Tanto faz se a queremos bela e amiga, ela vem do jeito que vem, muitas vezes carregada, pesada, sem nada de muito bom na pegada torta que machuca o corpo, fere a alma e entristece o espírito.

Nem sempre depende de nós. É assim porque é assim. Outro alguém decidiu ficar bravo, ficar irritado, não ter paciência ou seja lá o que for. O resultado é que a irritação dele baterá em você, de uma forma ou de outra.

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Baterá porque as chances da pancada aumentam na medida em que aumenta a irritação das pessoas e as pessoas estão cada vez mais irritadas, sem paciência, querendo bater o recorde dos cem metros rasos, como se chegar, tanto faz aonde, fosse a única razão de ser.

O trânsito está mais agressivo, as pessoas estão mais agressivas. Dizer bom dia num elevador assusta, como se o outro perguntasse: bom dia por quê? Bom dia porque o dia pode ser bom. Depende só de nós.

Opinião por Antonio
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