Faz trinta anos que o Muro de Berlim caiu. Com ele, caiu o pesadelo comunista que matou milhões de pessoas e condenou outras centenas de milhões a viver na pobreza ,enquanto os líderes nadavam de braçada, torrando a grana do povo.
Hoje, sobraram a Coreia do Norte e Cuba. Quem disser que a China é comunista deveria ir até lá ver o país antes de repetir a heresia.
Eu morei em Berlim na época do Muro. Foi um tempo maravilhoso. No começo, a sensação de abafamento imposta pelo muro cinza, que em algum momento sempre aparecia, era pesada. Mas rapidamente me habituei ao ritmo da cidade, permanentemente ameaçada pelos tanques soviéticos parados do outro lado.
Fui a Berlim Oriental várias vezes. Os russos ficaram com o filé da cidade, então era lá que estavam alguns museus deslumbrantes e a vida cultural era rica, especialmente em teatro e concertos.
Mas não havia comparação com Berlim Ocidental. O lado de cá fora reconstruído, era rico e limpo, com exceção de Kreuzberg, onde moravam os turcos.
Berlim Ocidental recebia gente de todo o mundo, inclusive brasileiros trocados por embaixadores, que preferiam morar do lado de cá, com o governo alemão pagando as contas, do que do lado de lá, onde tinham que trabalhar para pagar as contas.
Foi uma época muito boa da minha vida. Fiz grandes amigos, conheci um mundo diferente, aprendi, vivi.
A queda do Muro de Berlim, que, ao contrário do que pensam, ia muito além da cidade e cercava a DDR inteira, representou a virada que o mundo precisava para entrar numa época de mais liberdade e respeito, que chega nos dias de hoje com o cidadão dono do show. Graças a Deus, o muro caiu!