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Crônicas, seguros e um pouco de tudo

Opinião|Investidor institucional

É bom lembrar da importância das reservas das seguradoras para o desenvolvimento nacional.

Atualização:

No final de 2017 o setor de seguros acumulava reservas de 1,2 trilhões de reais, ou mais ou menos 400 bilhões de dólares. É número para ninguém colocar defeito, maior do que o PIB de vários países e uma massa de recursos importante à disposição do Governo brasileiro, principalmente para custear investimentos em infraestrutura, normalmente com retorno de longo prazo.

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Nos países desenvolvidos os recursos gerados pelo setor de seguros são regularmente utilizados para bancar projetos de maturação lenta, que necessitam grandes somas de recursos e que não têm, pelas próprias características, alta rentabilidade.

Como as reservas das seguradoras são mais ou menos constantes, é possível utilizá-las sem comprometer o fluxo da companhia, permitindo que ela honre seus compromissos e invista diretamente em atividades previamente definidas pelo Governo ou, alternativamente, aplique parte significativa destes recursos em títulos públicos que irão financiar os investimentos desta natureza.

É a forma mais barata de captação, até porque nos programas de longo prazo, como os seguros de vida e os planos de previdência complementar, a remuneração ao longo dos anos é relativamente baixa.

Isso permite ao Governo dispor dos recursos sem prejudicar a companhia ou o segurado, numa soma vencedora, onde todos os envolvidos saem satisfeitos e a nação pode investir no seu desenvolvimento, pela implementação dos projetos custeados pelas reservas das seguradoras.

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Atualmente, com 1,2 trilhões de reais em reservas, o setor é um dos principais geradores de recursos de longo prazo do país. Graças ao crescimento destas reservas ao longo dos últimos 20 anos, o Brasil adquiriu importante massa de poupança, com a qual tem todas as condições de fazer novos investimentos estratégicos para o desenvolvimento nacional sem necessidade de captar recursos no exterior, a um custo invariavelmente mais elevado.

Este cenário dá ao setor de seguros um protagonismo ao qual ele não estava habituado, até porque é a primeira vez que o patinho feio da economia se descobre o cisne da lagoa.

Tradicionalmente, o setor de seguros foi visto pelas autoridades da área econômica como um parceiro de segunda classe. Um setor que existe, que é relevante, mas sem peso expressivo na economia ou na formulação das políticas públicas.

Com reservas de 1,2 trilhões de reais essa situação mudou, e mudou radicalmente. Não há como não levar a sério um setor que dispõe de recursos desta magnitude e que, ainda por cima, na atividade básica, é responsável pela proteção da sociedade, através da recomposição dos patrimônios e capacidades de atuação afetados por eventos que os danificam ou geram prejuízos.

Nos próximos 5 anos o setor de seguros deve experimentar um crescimento acelerado, capaz de dobrar o tamanho de seu faturamento, ou seja, capaz de aumentar em muito a ordem de grandeza de suas reservas.

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É um cenário importante para o setor, mas mais importante ainda para o país. Com reservas ainda mais expressivas à sua disposição, o Governo terá condições de planejar e investir com mais segurança, aumentando a rapidez de implementação dos projetos e barateando seu preço final.

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Isso cria uma espiral virtuosa, que, à medida que gira, aumenta a capacidade de investir, permanentemente realimentando o processo, que se reinicia e se reinicia, interminavelmente, gerando riqueza e bem-estar para a população.

O mais interessante é que se trata de um processo irreversível, grosso modo, protegido das crises que de tempos em tempos afetam a vida da nação. As crises podem levar ao retardamento da criação de novas reservas, mas as já constituídas dificilmente serão sacadas, permitindo que os projetos em andamento sejam concluídos, o que leva a minoração da crise a retomada do crescimento.

Em outras palavras, o setor de seguros passa a ser um dos pilares do desenvolvimento social brasileiro. Com suas duas atividades, a primeira garantindo o funcionamento da sociedade e a segunda gerando os recursos indispensáveis para financiar seu desenvolvimento, ele é uma peça fundamental na equação que levará o Brasil a outro patamar de desenvolvimento social.

Opinião por Antonio
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