Paris tem paralelepípedos. Roma, Londres e Hamburgo também. Quer dizer, as ruas serem calçadas com pedras ou asfaltadas não faz muita diferença, o que faz diferença é a manutenção que é dada.
São Paulo abriu mão dos paralelepípedos faz tempo. A maioria de nossas ruas é asfaltada. Os paralelepípedos estão por baixo ou, nem isso, simplesmente nunca foram colocados. O pavimento sempre foi asfalto, até porque numa cidade como São Paulo, que cresce desordenadamente, numa velocidade impressionante, seria impossível pavimentar todas as ruas empregando os bons e velhos paralelepípedos utilizados no passado.
A questão não é o tamanho da rua, a questão é quando o projeto foi desenvolvido. Vias mais antigas, em cidades como Paris, Londres, Hamburgo ou Roma foram e continuam sendo pavimentadas com pedras em vez de asfalto.
E são lisas, perfeitas para os veículos trafegarem por elas, sem ondulações ou buracos que coloquem a segurança ou o conforto das pessoas em risco.
O asfalto é mais moderno, mais fácil e mais barato de ser instalado. É verdade que não tem a resistência das pedras de granito, mas com boa conservação dura muito e dá conta do recado por longas décadas.
Onde a vaca vai para o brejo é na manutenção. Se a via não é regularmente reparada, começa a ceder, forma ondulações, que crescem rapidamente, se transformam em costelas de vaca, depois em buracos e finalmente em crateras.
Quem morre com a conta são os veículos que trafegam por ela. Um dia vai pneu, no dia seguinte roda e depois a suspensão. E a situação fica mais crítica quando alguns dos carros em questão são fabricados para trafegar nas boas ruas de paralelepípedos de seu país de origem.