A rigor, a dívida externa líquida é negativa. O Brasil é credor líquido internacional na medida em que está mais aplicado lá fora em títulos de países ricos do que está devendo em dólares aqui dentro.
Há alguns dias, o Tesouro aumentou a tomada de dólares lá fora para renovar dívida externa; agora, seu secretário está dizendo que está pagando dívida externa.
É claro, o que incomoda o governo e, particularmente, o secretário do Tesouro, é o dólar fraco em reais, que tira competitividade ao produto brasileiro. E não a situação da dívida externa.
O problema é que o governo quer e não quer. Quer dólares para investir no pré-sal, no trem-bala, nas obras da Copa e da Olimpíada, mas depois fica pouco confortável com a valorização do real.