Se esse apelo vai ou não ser atendido são outros quinhentos. O que importa aqui é notar como vai preocupando as autoridades o fato de que a recuperação da crise - que é frágil, mas é recuperação - está sendo feita em detrimento do emprego: as empresas produzem e vendem mais, mas não contratam mais gente.
Isso está acontecendo por três razões. Primeira, porque aumentou a utilização de Tecnologia da Informação, que dispensa mão de obra.
Segunda razão, o medo do desemprego ou, simplesmente, a falta de oportunidades, está levando o trabalhador americano a aceitar produzir mais por menos salário.
E, terceira, o despejo de crédito e recursos oficiais para o consumo em todo o mundo rico está produzindo um efeito inesperado. Está criando mais mercado para os produtos chineses ou asiáticos, que estão chegando mais baratos nos Estados Unidos e na Europa. E cada vez que um americano ou um europeu compra um produto asiático, está ajudando a fechar um posto de trabalho nos Estados Unidos e na Europa.
Enfim, são coisas que vão acontecendo, sem que política nenhuma tenha se dado conta dessas consequências.