Em grande parte, a nova entrada de dólares ainda está relacionada com a capitalização da Petrobrás. Agora são os fundos internacionais que precisam comprar mais ações da estatal para alcançar a composição adequada de ações de sua carteira depois que a Petrobrás aumentou a participação no Índice Bovespa.
Como vem acontecendo, o governo vai lamentar o mergulho do dólar. Mas, convenhamos, o governo quer e não quer. Quer atrair capital externo para a capitalização da Petrobrás, a maior de todos os tempos, mas não quer as consequências da forte entrada de dólares.
Quer que o Brasil exporte mais para reduzir o déficit externo, quer dinheiro estrangeiro para as obras da Copa, para as obras da Olimpíada, para a infraestrutura e para o PAC, para o trem-bala, para a capitalização e reforço de capital de giro das empresas brasileiras... E depois se queixa da derrubada das cotações no câmbio.
Quer dizer, é preciso, também, que o governo chegue a um acordo sobre o que realmente quer e sobre o que vai deixar para depois.