Celso Ming
26 de abril de 2016 | 21h00
Não vai ter golpe
O discurso do golpe tem pelo menos uma inconsistência grave. A presidente Dilma vem recorrendo a todos os foros para defender-se do processo de impeachment: Câmara dos Deputados, Senado Federal, Supremo Tribunal Federal e, até mesmo, Tribunal de Contas da União.
Instâncias
Seus aliados estão presentes e atuam com todos os recursos de que dispõem nas comissões e nos plenários. Isso significa que os reconhece como instâncias legítimas para a tomada de decisões e solução de conflitos.
Questão de voto
Quando, no entanto, perde no voto em qualquer uma dessas instâncias, a presidente Dilma passa a considerá-la golpista. Ou deixariam de ser golpistas se apontassem decisão favorável a seus objetivos? A questão não é pura picuinha semântica. Se o impeachment passar, seria correto um petista continuar participando de instituições golpistas? Ou esse conceito poderia mudar?
Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.