Não há escapatória para os países centrais da área do euro senão providenciar um pacote salvador. Não dá para deixar o euro abandonado à própria sorte. O socorro não pode servir de precedente nem de regra. Mas sobre como fazer isso aparentemente não haverá consenso fácil.
Ele não pode servir de precedente nem de regra porque a área do euro não pode passar a impressão para fora e, principalmente, para dentro de que, apesar das ameaças e proibições, qualquer indisciplina fiscal será sempre recompensada.
Em todo o caso, num pacote salvador assim, será sempre questionada a criação do tal risco moral. É o mesmo que aconteceu com os bancos, que pintaram e bordaram e, quando a situação patrimonial ficou insustentável, veio o socorro do céu. Nessas condições, para quê dar-se a tanto trabalho e a tanto sacrifício, especialmente político se, na hora H, tudo se resolve, para o bem de todos e salvação do povo.