Precisou chegar ao final do governo para que o ministro de repente sentisse a urgência do problema. A poupança do brasileiro é baixa, é de apenas 16% ou 17% do PIB, e o investimento também não passa disso. E, sem poupança e sem investimento, não dá para tocar os projetos de expansão da infraestrutura previstos já para o ano que vem.
Não ficou claro como o ministro dará isenção de Imposto de Renda para títulos que, a rigor, precisarão ser redescontados e revendidos em prazos mais curtos.
Em todo o caso, o problema é mais profundo. É a profunda aversão aos investimentos privados por parte deste governo, que quer estatizartudo e, como sabemos, sem que o Tesouro tenha recursos para isso.
Nem mesmo as Parcerias Público Privadas, proclamadas há alguns anos como solução para a falta de capital, foram colocadas em marcha. E agora vem esse sufoco de um governo que não tem dinheiro nem para o PAC, nem para as obras da Copa do Mundo, nem para as da Olimpíada, nem para financiar a expansão da produção para que a economia continue crescendo pelo menos 5% ao ano.
De mais a mais, falta uma política que garanta o investimento. Não faz o menor sentido isentar debêntures do Imposto de Renda se a compra de máquinas e equipamentos e o funcionamento de uma indústria são tão sobrecarregados por uma imensidão de impostos.