- O número de desempregados bateu recorde no trimestre encerrado em agosto, atingindo 12,024 milhões de pessoas. Isso é uma taxa de desocupação de 11,88%.
- A renda média dos trabalhadores teve uma queda de 1,7% no mesmo período.
- A arrecadação de impostos caiu 10,12% em agosto, na comparação com o mesmo mês do ano passado, frustrando as expectativas do governo de que uma melhora - ou pelo menos uma "despiora" - na atividade econômica ajude a reduzir os desequilíbrios das contas públicas.
Claro que esses indicadores refletem um quadro que não se formou no governo Temer - ao contrário, foram moldados nos governos Dilma. E convivem com alguns sinais esparsos de alívio na atividade econômica. Mas também podem alimentar um círculo vicioso, segurando a própria retomada da atividade econômica. É o caso do desemprego - ou até o temor do desemprego -- que inibe a volta das famílias ao consumo, mesmo que elas tenham reduzido o seu endividamento.
A questão principal, porém, é que essa conjuntura reforça a necessidade de o governo agir rápido e com eficiência para recolocar a economia nos trilhos. E não é o que está acontecendo. Mudanças sucessivas nas intenções de encaminhamento das reformas, tropeços igualmente sucessivos de integrantes do ministério e divisões na base aliada deixam dúvidas quanto ao "início efetivo" do governo Temer. O argumento do "depois do impeachment" ficou lá para trás. Agora é a vez do "depois das eleições".