A causa central dessas revisões é a persistente guerra comercial entre Estados Unidos e China, cujos efeitos vêm se espalhando por todo o mundo, num cenário marcado pela integração das economias -- o exemplo extremo é o das empresas americanas que fornecem componentes e/ou matérias-primas para as chinesas e, em razão das barreiras erguidas pelo governo Trump, também acabam prejudicadas. Além disso, há o enfraquecimento das economias europeias, com destaque para as incertezas trazidas pelo Brexit.
A região da América do Sul e Central não foge à regra do desaquecimento global: as importações de mercadorias deverão cair 0,7% em volume, em 2019, com maior peso dos negócios na Argentina e no Chile, e aumentar 4,5% em 2020. E as exportações da região deverão crescer 1,3% neste ano, e apenas 0,7% no próximo.
Enfim, o quadro que sai dessas estatísticas, embora não seja surpreendente para quem acompanha o andar da economia internacional, traz algumas preocupações. No caso do Brasil, em particular, a questão é que a demanda externa internacional não ajuda a contrabalançar a paradeira da demanda interna -- ainda que não se espere nenhum desastre. Com o governo enredado em problemas fiscais e disposto a dobrar a aposta de combate aos gastos, não há expectativa de um forte impulso ao consumo interno a curto prazo -- mesmo considerando-se a intenção declarada de atacar alguns gastos obrigatórios, para abrir espaço, por exemplo, a investimentos. Daí porque, nesse momento, seria crucial contar com um avanço significativo da demanda externa. Pelo visto, não será o caso.