As críticas à exclusão das duas disciplinas varreram as redes sociais. Como é possível dispensar Artes e Educação Física da formação de alunos? No caso da Educação Física, a ligação direta é com os resultados obtidos pelo Brasil na Rio 2016, que mais uma vez frustraram as pretensões de tornar o País uma potência olímpica. No diagnóstico desse desempenho insatisfatório do Brasil, está justamente a pouca atenção dada à prática do esporte em todas as fases da escola.
A correção desse ponto, no início da noite, se alivia as críticas, deixa uma grande dúvida no ar. Foi uma correção mesmo ou um recuo, mais um do governo Temer? Se foi correção, e parece que foi mesmo, a MP foi divulgada com atropelo? Todos os pontos colocados na reforma foram exaustivamente discutidos? Afinal, trata-se de uma mudança que estava na mesa há muito tempo e teria sido acelerada pelos resultados do Ideb, que confirmaram o gargalo do ensino médio no Brasil.
Mais uma vez recorre-se à justificativa de que o governo Temer tem um problema sério de comunicação. Tanto que se dedica à tarefa de escolher um porta-voz para unificar os discursos, impedindo os estragos causados nos últimos tempos pelo estilo "cada um por si" dos ministros. Reforma trabalhista e anistia ao caixa dois são os exemplos mais recentes dessas confusões.
O temor, no entanto, é que esteja caindo na conta da comunicação a responsabilidade por desencontros maiores ocorridos dentro do governo. E, se esse diagnóstico estiver correto, definir um porta-voz pode até ajudar, mas não será a solução do problema.