A decisão do Bradesco de não operar o empréstimo consignado do Auxílio Brasil, pelo grande risco deste crédito temporário, deveria servir de alerta para o governo federal. É lamentável que, por interesse eleitoreiro, se exponha pessoas socialmente vulneráveis a esse risco de superendividamento.
Sim, para quem não tem quase nada, dever centenas de reais é superendividamento. Miséria não deveria ser alvo de exploração política em troca de votos. Isso não se faz!
É óbvio que, premidos pela necessidade urgente de tudo (comida, roupa, remédios), os beneficiários do Auxílio Brasil, do programa Benefício de Prestação Continuada (BPC) e da Renda Mensal Vitalícia (RMC) vão recorrer ao consignado. Também é evidente que terão grande dificuldade de pagar sua dívida.
Precisamos de um autêntico programa de renda mínima, sério, sem vinculo político-eleitoral. Terá de ser muito bem planejado e executado, inclusive com fonte dos recursos que bancarão o programa. Crédito não é renda, é um compromisso financeiro que terá de ser quitado. Quem não enxerga isso?