A Onofre não tem medo de Abilio Diniz

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Por Clayton Netz
Atualização:

Empresa familiar fundada em 1934, a rede paulista de farmácias Onofre passou ao controle dos irmãos Ricardo e Marcos Arede há 18 anos, em 1992, ainda pequena, com duas unidades em operação. A partir de 2001, Ricardo e Marcos iniciaram a montagem de megalojas, com as quais mais do que dobraram, em apenas quatro anos, o faturamento da rede, passando de R$ 160 milhões para cerca de R$ 400 milhões. Em 2005, a Onofre chegou a 28 unidades, mas freou o projeto de expansão para investir em tecnologia de sistemas e logística, devido à dificuldade em encontrar novos pontos comerciais. Agora, o plano de crescimento foi retomado. No final de semana passado, foram inauguradas lojas em Mogi das Cruzes e Guarulhos, no interior de São Paulo. A ideia dos Arede, que hoje contam com 36 farmácias, é encerrar este ano com dez novas unidades em funcionamento. Todas bancadas com recursos próprios e gerenciada pelo grupo.

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Trata-se de uma máquina de fazer dinheiro: com filiais espalhadas por São Paulo, Espírito Santo, Rio de Janeiro, Minas Gerais e Rio Grande do Sul, a Onofre possui apenas 10% do número de lojas da líder do setor, a cearense Pague Menos, mas suas receitas de R$ 550 milhões em 2009 equivalem a cerca de 40% do faturamento da concorrente. "Temos a melhor relação vendas por metro quadrado de área do mercado", diz Marcos Arede, diretor comercial da Onofre.

Um dos segredos, diz Arede, foi o reforço do setor de perfumaria, com a venda de marcas badaladas como Dior, Cartier e Carolina Herrera, entre outras. A comercialização desses produtos de luxo ainda é uma exclusividade da rede no País. "Foi preciso ir a Paris mais de dez vezes para convencer as grifes de perfumes", diz Arede. "Argumentei que nossas megastores são tudo, menos farmácias." Outro trunfo da Onofre são os cartões de fidalidade, que totalizam 1 milhão de unidades, utilizados por 93% dos clientes.

Num momento em que se assiste a um movimento de consolidação do setor, e se ouve empresários como Abilio Diniz, do Pão de Açúcar, anunciar que vão investir pesado em farmácias, Arede diz não temer a perda do controle da Onofre. "Grandes varejistas, como Carrefour, Extra e Wal-Mart já possuem mais de 300 lojas e mesmo assim continuamos crescendo", diz Arede.

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