O valor da transação ainda não foi revelado. Nas últimas semanas o mercado trabalhou com um número em torno de US$ 180 milhões a US$ 200 milhões. Essa faixa de referência expressa a valorização do passe da Talent, que também chegou a ser cortejada pela americana WPP, número 1 do setor globalmente e dona de agências do porte da Y&R, Ogilvy e JWT. Com clientes como Alpargatas, Net, Banco Santander, Sony Ericsson, Embratel, Timberland, Ipiranga e Tigre em seu portfólio, a Talent intermediou investimentos em mídia no valor de R$ 311 milhões em 2009, obtendo uma receita bruta de R$ 100 milhões. É a 16.ª agência do ranking da publicidade brasileira e - até agora - a terceira entre as de capital inteiramente nacional.
A associação com grupos estrangeiros foi admitida pela primeira vez publicamente em maio passado por Ribeiro, em entrevista ao jornal especializado Meio & Mensagem. "A maioria de nossos clientes é multinacional", afirmou Ribeiro. "Por esse motivo, acho que uma empresa 100% nacional, sem conexões como o exterior, está mal condicionada dentro do mercado universal." Para ele, no futuro, "todas as agências terão de ser, de uma forma ou de outra, multinacionais."
Com um faturamento de 4,5 bilhões de euros no ano passado, o Publicis Groupe conseguiu mostrar-se como o parceiro ideal para a Talent. No Brasil, o Publicis controla as agências F/Nazca, Leo Burnett, Publicis, Publicis Dialog e Salles Chemistri. Neste ano, no início de agosto, em meio às negociações com Ribeiro & Cia., o grupo adquiriu o passe da agência de mídia digital AG2, do Rio Grande do Sul. Ao anunciar a compra da AG2, o Publicis reafirmou em nota oficial seu interesse pelo País, confirmado pela associação com a Talent : "O Brasil segue considerado um dos mercados publicitários mais promissores do mundo."