Um dos projetos mais recentes da Mormaii é o lançamento de uma linha de alimentos naturais para atletas. "Mas não é pra ficar bombadão", diz Morongo. Outro lançamento ocorre no Salão do Automóvel, que começa nesta semana, em São Paulo: um utilitário 4 x 4 fabricado pela japonesa Suzuki com a marca da Mormaii, dotado de um chuveiro para o surfista se enxaguar depois de sair do mar. "É um veículo adequado ao estilo de nosso público, mas não esperamos grandes volumes de venda", diz Morongo. A linha Mormaii também ganhará o reforço de uma cesta de 49 produtos cosméticos e de águas saborizadas, que chegarão ao mercado depois do carnaval de 2011. "Existe uma infinidade de produtos em que podemos licenciar nossa marca", diz. "O mais difícil é saber no que apostar, pois precisamos alinhar o marketing."
Morongo se formou em medicina pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul no início da década de 1970 e rumou, como muitos gaúchos em busca de qualidade de vida, para Santa Catarina. "Há médicos que resolvem ir para a Amazônia", diz. "Vim para Garopaba, que na época era uma vila de pescadores sem luz nem água encanada." A ideia de produzir roupas para surfar nas águas frias das praias de Santa Catarina surgiu por necessidade do próprio Morongo, que inicialmente utilizava borracha de câmara de pneu como matéria-prima de seus macacões. Com o tempo, amigos passaram a se interessar pelo "produto" artesanal, dando origem à Mormaii - derivação de Morongo, do nome de sua primeira mulher, Maira, e Havaí -, criada para a produção desses artigos.
Daí para o início da fabricação de linhas do chamado surfwear, como bermudas, camisetas e agasalhos, levou quase dez anos. A iniciativa partiu de empresários interessados em agregar a seus produtos a marca da Mormaii. "Nunca procuramos ninguém", diz Morongo, que conta com a atual mulher, Marisa, e os filhos Tainá e Flavius, no dia a dia da empresa. "As pessoas vieram bater na minha porta e o negócio está dando dinheiro para todo mundo." Atualmente, a Mormaii mantém apenas uma fábrica própria, em Garopaba, que produz roupas de neoprene e artigos para o surfe, como o leash, corda que mantém o surfista preso à prancha. O restante dos produtos é fabricado por uma rede de mais de 30 fornecedores.