Previdência privada em ritmo acelerado

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Por Clayton Netz
Atualização:

O ano passado foi o melhor da história da previdência privada no Brasil - pelo menos desde 1998, quando começou a ser registrada a série histórica do setor. Em 2009, as seguradoras e empresas de previdência complementar associadas à Federação Nacional da Previdência Privada e Vida( Fenaprevi), obtiveram uma captação recorde de R$ 38,7 bilhões, 21,8% acima do registrado em 2008, batendo na casa dos 12 milhões de pessoas seguradas. Não por acaso, muita gente do setor anda rindo à toa, principalmente quando se confere o desempenho turbinado deste início de ano: no primeiro bimestre, as captações chegaram a R$ 6,1 bilhões, quase 26% a mais do que no mesmo período de 2008. "Mantido esse ritmo, vamos ter um novo melhor ano de todos os tempos em 2010", diz Marco Antônio Rossi, presidente da Fenaprevi e da Bradesco Seguros, a líder do setor, com 36% do mercado nacional.

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Na verdade, segundo ele, o desempenho de 2009 chegou a surpreender o mercado. Afinal, em janeiro o resultado fora desanimador. "Tivemos o ápice da crise", diz Rossi. O quadro começou a mudar a partir do primeiro trimestre, consolidando-se de forma mais consistente a partir de julho. "Dali em diante, a aceleração foi rápida", diz Rossi. Para Rossi, vários fatores explicam a retomada do crescimento. Em primeiro lugar, a constatação de que o pior da crise havia passado, levou os consumidores a reconsiderar o investimento em previdência privada. Ao lado disso, acredita, aumentou a conscientização dos brasileiros, que passaram a preocupar-se com a preparação para a aposentadoria. "Com o aumento da longevidade, as pessoas passaram a dar mais atenção à questão da qualidade de vida na velhice", diz Rossi. "Ninguém quer depender de filhos ou atrelar seu futuro à previdência oficial."

Outra boa notícia para as empresas é a atração exercida sobre os consumidores da classe C pelos planos de previdência privada, até há pouco privilégio do pessoal das faixas A e B. Além de também passarem a se preocupar com a preparação para a aposentadoria, os consumidores da classe C tiveram sua entrada facilitada pela redução do mínimo exigido pelas seguradoras para a subscrição de um plano- atualmente, em torno de R$ 30,00, contra R$ 150,00 no começo da década. "A redução dos valores, permitiu que tivéssemos um ganho de escala no setor", afirma Rossi. "Nos últimos quatro anos, o número contratos aumentou cerca de 60%."

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