Cleide Silva
04 de julho de 2013 | 11h19
SÃO PAULO – As montadoras devem entregar amanhã ao ministro do Desenvolvimento, Fernando Pimentel, proposta para tornar viável a produção de carros elétricos e híbridos no Brasil. Antes da etapa da produção, contudo, elas querem isenção do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) para modelos importados. A justificativa será a de estabelecer a tecnologia no mercado.
O plano prevê uma cota de 500 veículos que entrariam no País neste ano com IPI zero (hoje a taxa é de 13% a 25%), número que aumentaria anualmente até chegar a 2,4 mil unidades em 2017. Essas cotas seriam adicionais àquelas estabelecidas pelo programa Inovar-Auto, que livra uma parcela das importações da alta de 30 pontos porcentuais de IPI em vigor desde o fim de 2011.
A isenção do Imposto de Importação (II) é pedida apenas para as peças de reposição. Carros vindos de fora do Mercosul e do México pagam 35% de II.
Medidas de incentivo à produção, que devem ocorrer só a partir de 2017, ainda não são especificadas no estudo, que será levado ao governo pela diretoria da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea).
Segundo fontes do setor automobilístico, o entendimento em relação a uma proposta única para viabilizar os carros verdes no Brasil demorou a sair por causa da falta de interesse de montadoras que ainda não têm produtos dessa categoria em grande escala.
No início do ano, a Toyota, sozinha, entregou ao governo uma proposta em que estabelecia prazo de cinco anos para iniciar a produção local de híbridos com motor flex (elétrico e etanol). Pedia, em contrapartida, desoneração de IPI e de II. Desde janeiro, a marca vende no País o híbrido Prius, a R$ 120 mil. Importado do Japão, até agora foram vendidas 170 unidades.
Também estão à venda os híbridos Ford Fusion, Lexus CT200h, Porsche Cayenne S, Mercedes-Benz S400 e o elétrico Nissan Leaf.
O consenso obtido entre as filiadas da Anfavea ocorre num momento em que duas marcas já anunciaram intenção de produzir no Brasil veículos movidos a combustíveis alternativos.
A Nissan assinou no dia 17 protocolo de intenções para estudo de viabilidade de produção de carros elétricos no Rio de Janeiro, onde o grupo japonês vai inaugurar uma fábrica em 2014.
Dez dias depois, o grupo árabe Amsia Motors anunciou intenção de investir US$ 450 milhões em uma unidade industrial no Sergipe para veículos híbridos e movidos a eletricidade. (matéria publicada no Estadão de hoje)
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