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Bastidores do mundo dos negócios

Latam e investidores não veem motivo para venda agora

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Por Cynthia Decloedt (Broadcast)
Atualização:

A Latam e alguns de seus credores e investidores, que fizeram um empréstimo de mais de US$ 2 bilhões à companhia aérea, ouviram os sinais enviados pela concorrente Azul em torno da consolidação das operações. Porém, não se interessaram pelo movimento. A aproximação teria ocorrido há algumas semanas, mas tanto a Latam quanto seus credores/investidores querem mais. Para eles, agora não é o momento correto para vender a operação brasileira, já que seu valor está depreciado pelas limitações da pandemia. Para chegar a um aperto de mãos, a Azul teria de incorporar, na oferta, premissas de recuperação da atividade aérea e da sinergia entre ambas. Algo difícil de ser contabilizado pela Azul, já que o cenário para o setor aéreo ainda é incerto.

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A perspectiva de uma fusão entre ambas não foi, contudo, descartada. Há quem diga que muitos credores da Latam, que na prática irão votar o destino da companhia aérea, prefeririam ter a Azul como devedora. Afinal de contas, caso ela assumisse o negócio, levaria com os aviões e rotas também as dívidas.

O desejo da Azul pela Latam é explícito, especialmente porque já assumiu a liderança no mercado doméstico e é baixa a sobreposição de voos entre as duas, aumentando a sinergia e  reduzindo a hipótese de a união ser barrada pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade). A ideia, porém, era aproveitar justamente a baixa no preço da Latam.

Azul conversa com credores da concorrente

A Azul conversa com alguns arrendadores de aeronaves, credores importantes da companhia no processo de recuperação judicial que corre na Justiça norte-americana, para articular a compra da operação brasileira. A intenção é convencer algum deles a apresentar um plano de recuperação judicial alternativo ao da Latam, para ser votado e aprovado por 50% mais 1. Mas primeiro os credores têm de rejeitar o plano da Latam, que tem prioridade no processo e, no fim de junho, indicará o projeto de recuperação da aérea.

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Embora possível, a apresentação de planos alternativos por credores em processos de recuperação judicial é trabalhosa. Isso porque envolve o convencimento de credores e acesso a informações da empresa. Para atender a lei, a venda do ativo aconteceria por meio de leilão e a Azul teria de ser dona da proposta vencedora para ficar com a concorrente.

Em resposta à Coluna, o Grupo Latam reiterou que pretende competir agressivamente no Brasil e em outros mercados e não tem intenção de vender ou desmembrar o Brasil ou qualquer outra parte de seus negócios. Ainda informou que não recebeu qualquer proposta oficial referente à aquisição da Latam BR. A Azul, por sua vez, não comentou.

Esta reportagem foi publicada no Broadcast+ no dia 02/06, às 18h48.

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